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A Maria que o Brasil escolheu | Editorial



A Maria que o Brasil escolheu 
The Maria that Brazil chose


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Tamanho: 16x22 cm / 124 páginas
Capa em Color Plus Grécia 180g com laminação térmica em dourado (simulando um Hot Stamp)  
Miolo em papel AP120g
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A fé é uma das coisas mais fortes na história da humanidade, e não está necessariamente ligada à religião. Na maioria das vezes esse tema é riquíssimo em história e cultura, porém existe uma enorme deficiência em diversos campos em explora-lo. Com o design gráfico não é diferente, mesmo sendo a fé um fator importante para a fundação de tradições culturais, existem pouquíssimas referências da temática na área. 
Através desse projeto editorial eu proponho uma imersão na história da fé, não só do Brasil, como também da América Latina: a figura feminina como fonte de fé e esperança é recorrente em todos os países latinos, independente de suas origens ou crenças. 
Isso porque, apesar de carregar muitos títulos diferentes ao redor do mundo de acordo com a cultura e tradição do lugar que é venerada, todas essas a devoções por Maria são para caracterizar uma única mulher: forte, poderosa e encorajadora — e no caso de Nossa Senhora Aparecida: negra.




Nossa Senhora Aparecida é uma das formas como Maria é chamada no Brasil. Em 1717, enquanto tentavam pescar em um rio no interior de São Paulo, a imagem quebrada foi encontrada nas redes de três pescadores: primeiro a cabeça, depois o corpo. E, por três séculos, a pequena santa de barro se tornou padroeira desse imenso país e ainda move multidões.
Esse livro conta histórias, de antes do Brasil ser Brasil, histórias que fazem parte de um relicário da identidade da cultura brasileira, histórias de pessoas que vão muito além de cristãos, pessoas que simplesmente acreditaram em uma Maria que se tornou negra em um rio brasileiro. Uma Maria que, assim como muitas Marias no mundo todo, se mostrou mãe quando o Brasil mais precisou, guiou seus filhos quando já não sabiam o caminho a seguir. Uma santa que antes de ser da igreja, foi do povo. 




Conteúdo

Com um amplo campo a ser pesquisado dentro da temática, acabei centrando em 4 pontos principais: informação histórica; fiéis; cultura nacional e devoção à Maria na América Latina, que, respectivamente, dão origem aos 4 quatro capítulos explorados no livro: Três séculos; Incondicional; Mãe de uma nação e Nossa Senhora de todos os nomes. 
Todos os assuntos tratados em cada capítulo trazem tópicos que são comuns ao povo mas abordados de uma maneira diferente do usual, diferente dos olhares da Igreja.


Projeto gráfico 

Os elementos gráficos seguiram aspectos já presentes na igreja (como folhetos que geralmente são impressos em uma cor só, de maneira simples e econômica), para isso o projeto foi pensado para ser produzido em risografia (método de impressão barato), por isso a paleta base foi utilizada partir de apenas um tom de azul, que é também a cor que representa o manto de Nossa Senhora.
Para compor os elementos visuais foram coletadas diversas fotografias de fiéis em peregrinação à Aparecida ao longo dos 300 anos, fazendo referência aos tradicionais álbuns de família e também a Sala dos Milagres (sala repleta de fotos de fiéis na igreja). 



Ao longo do livro há intervenções tipográficas, sempre utilizando a fonte: Playfair Display Black como título. Essa fonte carrega uma força e uma delicadeza incrível que conseguiu traduzir o poder do feminino tratado no livro.  


Por fim o livro foi enrolado em uma rede de pesca assim como a imagem que foi achada nas redes dos pescadores. As fitinhas são tradicionais lembrancinhas da cidade de Aparecida, vendidas por toda parte por ambulantes. Esse livro tem o objetivo de ser uma edição comemorativa mas que ao mesmo tempo consegue ser acessível a todos os públicos de Aparecida: não só os devotos (de todo tipo de poder aquisitivo) mas também aqueles que se interessam pela influência dessa história de tradição na identidade cultural do Brasil. 




"É provavelmente uma mistura de fé com paixão e identificação que nos permite entender Aparecida como o primeiro símbolo verdadeiramente nacional, a figura mais antiga de nossa história que representou a unidade do Brasil. Ainda que tenha demorado até que ela deixasse de ser uma encomendo local, e depois regional, para tornar a santa de todos os brasileiros, até mesmo aqueles que não se sentem próximos a ela, sabem que ao ver aquela imagem triangular, com manto azul de veludo (…) estão vendo um pedaço do Brasil". 

Rodrigo Alvarez


A Maria que o Brasil escolheu | Editorial
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