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Dandara: Um projeto de interface digital

O Dandara começou com a vontade de falar sobre mulheres e a presença e impacto da mesma na sociedade. Depois de várias pesquisas, ficou decidido fazer uma interface digital voltada para mulheres que estão presentes no cinema nacional, contribuindo diretamente para a cultura brasileira, que produzem conteúdo alternativo e que muitas vezes acaba por não popularizar devido á preferência do público pelos filmes do circuito de produções de massa.
O objetivo da Dandara é ampliar a discussão da representação da mulher através da divulgação e acesso ao conteúdo do cinema alternativo justamente porque este ramo do audiovisual no Brasil tem uma concentração maior de mulheres como diretoras e produtoras.
Foi resgatado o fato de que é imposto às mulheres as formas estereotipadas de comportamento e aparência. Foi decidido a oposição dessas limitações definidas por esteriótipos, utilizando as formas geométricas mais básicas e comuns presentes na visualidade, para transformá-las em algo que vai além do comum: apesar das formas existirem, com seus contornos e limitações, existe uma mistura que vai além daquelas limitações impostas.
Com uma pesquisa mais aprofundada, foram abordadas as polaridade encontradas nos perfis dessas mulheres, elaborando 4 personas que auxiliaram a definição das próximas etapas.
A identidade visual foi construída com base nas formas geométricas. Assim, a multiplicidade destas formas foi utilizada para compor a estrutura do logo Dandara, onde houve um mix das formas geométricas para a criação de uma logo.
As cores que compõem a paleta visual de Dandara foram pensadas para gerar uma harmonia que pudesse ser traduzida em diferentes mídias. A partir das pesquisas de campo que foram feitas foram feitos moodboards  e a partir destes foram retiradas as cores rosa e azul escuro e depois recorrida á uma versão adaptada do triângulo de cores de James Clerk Maxwell para fechar a paleta, e essas cores foram o amarelo e azul claro.
Para a construção da iconografia mantemos os conceitos das formas, dessa vez explorando os princípios que articulam a geometria, como a sobreposição, a translação e deslocação, em uma tentativa de mesclar contornos e preenchimentos para enfatizar a semiótica da criação.
Procurando ilustrar a diversidade que o projeto Dandara busca, foram criadas cinco personagens com características que variam entre elas. As personagens foram todas construídas apenas com o uso das formas geométricas.
As tipografias escolhidas para o projeto foram a Montserrat e a Lovelo. A Montserrat pelo fato de trazer maior legibilidade, além de ter sido estruturada para a leitura de textos na web, e a Lovelo com base nas formas e linhas que observadas nos moodboards
Para ampliar e projetar o acesso nesse universo foi elaborado um aplicativo com função de geolocalização para apontar os festivais de cinema mais próximos do usuário, gerando as melhores rotas para conseguir chegar até os mesmos. O Aplicativo possui uma provocação gráfica onde as formas geométricas se transformam em um leque de informações.
Entendendo que existe uma demanda por parte das diretoras de ampliar a sustentabilidade financeira das produções alternativas e do público para ter acesso a essas produções, foi pensado em um site que funciona como uma plataforma de streaming e que possui três funcionalidades principais: assista, contribua e divulgue.
Foram utilizadas três fases para avaliar a interface, a Proposta de Design, a Fase de Hipótese e Fase de Cenários de Tarefas. A proposta de design é a prototipação da interface em alta fidelidade focando na interação do usuário. A fase de hipóteses onde elaboramos os tipos de usuários que testaram a interface e  a fase de cenários e tarefas onde foram criadas tarefas para esses usuários realizarem. Assim, foi conseguido  chegar na localização dos problemas da interface.
Com esse projeto pode se ver na prática como o design atua na sociedade, olhando e reconhecendo a complexidade do que vivemos hoje. Através das pesquisas teóricas e práticas, foi entendido não apenas a relação do design como mediador da sociedade, como também a própria discussão da posição da mulher no Brasil que vivemos hoje, pois o mesmo está passando por reformas sociopolíticas, o que aponta a potência que Dandara tem para se materializar, levando em consideração o investimento que tem no audiovisual brasileiro.
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