Charlles Souza's profile

The World Cup Balls

1930 - Model T, Tiento - Uruguai
Não havia uma bola oficial para a primeira Copa, sediada no Uruguai em 1930. Antes da final, Argentina e Uruguai discutiram sobre quem iria fornecer a bola, e concordaram em trocá-la no intervalo do jogo.
Isso pode ter tido um impacto bastante significativo no resultado da partida. A Argentina estava ganhando por 2 a 1 até o intervalo, antes da nova bola uruguaia entrar em campo, mais pesada e maior. No segundo tempo, os anfitriões dispararam com três gols e foram coroados os campeões mundiais.
A bola argentina foi chamada de “Tiento”, enquanto a uruguaia era a “T-Model”. Naquela época, as bolas do mesmo material poderiam ser diferentes entre elas, pois eram costuradas e infladas à mão. Além disso, ficavam mais pesadas na chuva.
1934 - Itália: Federale 102
A segunda Copa do Mundo foi sediada na Itália, e o governo italiano produziu a bola Federlade 102. Uma das maiores inovações que ela trouxe foi a substituição das costuras de couro por outras de algodão, muito mais macias. 
Entretanto, as bolas continuavam com uma qualidade inferior e, por este motivo, os capitães de cada equipe eram chamados antes de cada jogo para escolherem qual das bolas eles preferiam usar na partida. Felizmente, a bola escolhida foi boa o suficiente para dar à primeira Taça aos italianos.
Na final entre Itália x Tchecoslováquia, o jogador italiano Orsi acertou um chute tão potente que a bola fez uma curva inimaginável.
No dia seguinte, o jogador até tentou repetir o feito, mas sem sucesso.
1938 - França - Allen.
Uma fabricante situada em Paris, teve o privilégio de ser a primeira empresa autorizada a ter sua marca nas bolas quando a Copa chegou à França, em 1938.
A diferença dela para a Federdale, é que as bordas dos gomos da bola eram mais arredondadas. Porém, a bola Allen não dominou o torneio, outros modelos de 12 e 18 painéis foram vistos em fotografias, trazendo novamente a questão da quantidade de ar na bola para torná-la mais confiável nos pés dos jogadores.
1950 - Brasil - Duplo - T
Devido à segunda Guerra Mundial, a espera de 12 anos para a próxima Copa do Mundo permitiu que houvesse um avanço substancial na produção de bolas. A Duplo T tinha sido usada nas ligas argentinas por muitos anos e era chamada de “Superval” e, posteriormente, "Superball". 
A grande inovação veio com o descarte de inflar a bola manualmente, criando uma esfera de couro completamente fechada, infladas por uma bomba com agulha em uma pequena válvula semelhante às atuais. A Duplo T foi o primeiro modelo a ser usado em todas as partidas de um único torneio.
1954 - Suíça - Swiss World Champion
A Copa do Mundo realizada na Suíça em 1954 contou com uma bola suíça fabricada pela empresa Kost Sport, de Basileia. A “Swiss World Champion” deu mais um grande passo à frente ao adotar uma estrutura de 18 gomos, entrelaçados em zigue-zague, forma que seria usada em algumas bolas nas próximas décadas.
1958- Suécia - Top-Star
Para a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, a FIFA deu seus primeiros passos fornecendo a bola do torneio. Cento e dois modelos de bola de várias empresas foram recebidas, depois, quatro membros do comitê organizador da FIFA, além de outras autoridades suecas, reuniram-se para escolher a bola por testes. A bola vencedora, chamada Top Star, era feita por uma empresa de Angelholm, e foi a primeira usada em uma Copa com 24 painéis. Cada equipe recebeu 30 bolas, mas o Brasil optou por comprar mais.
1962 - Chile - Crack
A Crack foi a bola selecionada para a Copa do Mundo no Chile, em 1962, e não foi muito bem recebida. Feita pela empresa chilena Custodio Zamora, tinha 18 painéis divididos irregularmente e costurados manualmente. Nem todas as equipes gostaram da Crack, principalmente as europeias. Por isso, cem bolas Top Star foram enviadas e usadas após decidirem que a bola Crack não estava à altura do campeonato - apesar de possuir uma inovação da válvula de inflação de látex, utilizada posteriormente em outros modelos.
1966 - Inglaterra - Challenge 4 - Star
A bola de 1966 para a Copa na Inglaterra foi selecionada em um teste cego, e foi a primeira bola a ser fabricada por uma grande marca moderna. Das 111 bolas enviadas, apenas oito passaram à fase final, até escolherem a vencedora Challenge 4 Star, feita pela Slazenger. Semelhante a Top Star, mas com 25 painéis ao invés de 24. O processo de testes e desenvolvimento para o torneio de 1966 foi de longe o mais avançado na história da Copa do Mundo até aquele momento.
1970 - México - Telstar
Em 1970, o desenvolvimento mais avançado da história das Copas chegou com a nova bola Adidas Telstar. A projeção da bola foi encarregada pela FIFA para o torneio no México, que ganhou o apoio da Federação Mexicana de Futebol. Os painéis em preto e branco foram criados para melhorar a visibilidade na televisão na primeira Copa do Mundo a ser transmitida no mundo todo, e se tornou uma bola icônica. A FIFA se apegou ao modelo Telstar e a tornou global.
1974 - Telstar Durlast - Alemanha
A Telstar foi um sucesso tão grande, que foi apenas melhorando, e não sendo completamente remodelada para o torneio de 1974 na Alemanha Ocidental – a casa da Adidas. Foi renomeada como “Telstar Durlast”, referindo-se ao revestimento que a bola recebeu para proteger o couro e garantir que ele se mantenha intacto em um clima mais úmido. A partir daí, a Adidas foi estabelecida como parceiros oficiais da FIFA, e foram autorizados a deixar sua marca na bola. Isso fez da Telstar Durlast uma campeã de vendas, com a bola usada em campo disponível nas lojas.
1978 - Tango - Argentina
Em 1978, a Adidas introduziu Tango – nomeada pela famosa dança da Argentina, a anfitriã. Ela passou a se tornar uma das bolas mais populares de todos os tempos. Abandonando os painéis pretos da Telstar para uma base toda branca com triângulos pretos dispostos em um padrão circular, a Tango criava um efeito de ótica quando rolava pela grama. Foi vendida em grandes quantidades e rapidamente se tornou a bola mais conhecida do mundo, além de marcar o fim da era da bola de couro.
1982 - Tango España - Espanha
A Adidas não mexeu muito com a fórmula vencedora para a Copa do Mundo de 1982 na Espanha, introduzindo a Tango España. A bola apresentou algumas melhorias na resistência à água e durabilidade, e não precisou mais do revestimento Durlast. Fora isso, a diferença mais notável foi a adição do logotipo de três folhas da Adidas - conhecido como "trevo".
1986 - Azteca - México
A bola Azteca não é particularmente memorável, mas possuiu papel importante na história de bolas da Copa do mundo por alguns motivos. A Adidas, reutilizando a Tango, mais uma vez projetou uma bola específica para o país anfitrião, neste caso o México. Tradição que continuaria em todas as Copas dali para frente. A Azteca foi a primeira bola sintética a ser usada no campeonato, pois seu formato permitia que retornassem à sua forma original após serem chutadas, além de melhor resistência à água e maior durabilidade. Seu design foi inspirado na arquitetura asteca.
1990 - Etrusco Unico - Itália
Dando continuidade ao tema de homenagear o país anfitrião, a bola para a Copa do Mundo na Itália de 1990 foi batizada com o nome dos Etruscos, uma civilização antiga que habitou a região onde hoje é a Itália. Mais notavelmente, as "tríades" típicas do estilo do Tango foram decoradas com as cabeças dos leões etruscos. Entre 1978 e 1998, houve pouca mudança na aparência da bola oficial da Copa.
1994 - Questra - Estados Unidos
Para a primeira Copa do Mundo realizada nos Estados Unidos, a Adidas apresentou a Questra, membro essencial da conquista do Tetracampeonato do Brasil. O tema desta vez foi a viagem espacial, que ficou evidente tanto no design quanto na tentativa de torná-la um modelo mais futurista. A principal inovação foi uma camada de espuma de poliestireno do lado de fora da bola, feito para torná-la mais macia ao toque e mais fácil de controlar, aumentando sua velocidade. Foi a Copa do Mundo com mais gols desde 1982, com alguns tentos particularmente espetaculares.
1998 - Tricolore - França
A bola Tricolore, da Copa de 1998 da França, foi a primeira bola a assumir um design colorido. Manteve as tríades da Tango, mas, como o nome sugere, com as cores vermelho azul e branco para combinar com a bandeira anfitriã. A introdução da cor abriu os olhos da Adidas para um mundo de novas possibilidades, vendo o padrão tradicional da Tango ser abandonado para a próxima Copa do Mundo, em 2002.
2002 - Fevernova - Coréia do Sul / Japão
A bola que nos deu o pentacampeonato foi criada para a Copa do Mundo na Coréia do Sul e no Japão em 2002, e foi onde a Adidas começou a ousar mais. Primeiro, no design da bola, abandonando a tradicional Tango, em busca de uma bola em branco que recebesse maiores padrões triangulares verdes, dourados e vermelhos. Em aspectos técnicos, a Fevernova foi notada por muitos jogadores por sua leveza. David Beckham, um embaixador da Adidas que ajudou a testar a novidade, apoiou as alegações do fabricante de que esta era uma bola tão precisa quanto jamais foi feita. Gianluigi Buffon, por outro lado, referiu-se a ela como uma "bola louca quicando".
2006 - Teamgeist - Alemanha
Teamgeist pode ser traduzido para 'espírito de equipe', uma homenagem à tradição alemã de força coletiva sobre o brilho individual. Foi o nome dado à bola da Copa do Mundo de 2006 na Alemanha. O desenvolvimento mais notável foi a introdução de um design de 14 painéis com menos costuras, que se destinava a tornar a bola mais redonda e mais consistente. Mesmo assim, alguns jogadores se queixaram de um efeito de 'knuckleball', quando a bola estava no ar, alegando que o vôo era muito imprevisível. A Adidas produziu uma bola personalizada, impressa com detalhes dos confrontos para cada partida do torneio, e também introduziu uma versão especial de ouro - a 'Teamgeist Berlin' - para a final.
2010 - Jabulani - África do Sul
Em 2010, as coisas ficaram realmente interessantes. A Jabulani pode ter sido a bola mais famosa já feita - graças à sua notoriedade. A Adidas tentou cria-la mais redonda do que nunca, diminuindo o número de painéis novamente, de 14 na Teamgeist, para apenas oito na Jabulani. Entretanto, jogadores como Julio César comparou a Jabulani às bolas baratas vendidas nos supermercados, enquanto Iker Casillas a chamou de "horrível". Dizia-se que afetava tanto o passe quanto o arremesso.
No final, foi necessário um estudo da NASA para chegar ao fundo da questão. Eles descobriram que a Jabulani começou a se mover no ar a uma velocidade maior do que as bolas anteriores, por causa de sua superfície mais lisa com menos costuras.
2014 - Brazuca - Brasil.
E enfim, chega a vez da Copa do Mundo no Brasil. Após o pesadelo da Jabulani, a Adidas alegou que a Brazuca era a bola mais testada de todos os tempos. Seu nome é uma gíria para “brasileiros” que, segundo a FIFA descreve o “orgulho nacional no modo de vida brasileiro”. Possui fitas multicoloridas e, mais uma vez, uma redução no número de painéis na bola, tendo apenas seis. A Brazuca atraiu muito menos controvérsia e foi adotada por várias ligas e clubes, incluindo a Bundesliga e a MLS.
2018 - Telstar 18 - Rússia.
Em novembro de 2017, a Adidas lançou a Telstar 18 - a bola oficial da Copa do Mundo de 2018 na Rússia. É uma recriação da primeira bola Adidas usada na Copa do Mundo - a clássica Telstar de 1970 - e é a primeira bola do torneio desde 1994 a ser predominantemente preta e branca. A única cor diferente são os logotipos de ouro da Adidas, Telstar e World Cup, impressos na superfície branca da bola, com as seções pretas dando um efeito de mosaico gradiente.
Como a Brazuca, o Telstar 18 tem apenas seis painéis, mas eles são organizados em uma forma inteiramente nova e dão o efeito visual de ser mais parecido com a bola de 32 painéis de 1970.
A Copa do mundo da Rússia de 2018 terá uma nova bola para os jogos que serão disputados a partir da fase de eliminação direta. A @adidasfootball a @fifa18_offical apresentaram a Telstar Metcha, no qual a cor vermelha se destaca. Em seu site oficial, a @fifa18_offical deu detalhes da nova bola que será usada nas oitavos-de-final. Metcha significa " sonho " ou " ambição " em russo, e representa todos os desejos dos jogadores e fãs para alcançar a glória. É feita com os mesmos elementos que a Telstar 18 que foi usada na fase de grupos, mas nos painéis a cor vermelha destaca-se agora como um símbolo do país anfitrião e do espírito do futebol.
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As bolas de todos os mundiais redesenhadas por mim, Charlles de Souza.

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