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Apropriação Urbana - Caso Igaratá

TFG - FAU UBC
Urbanismo | Arquitetura

Ano
2017


O projeto pretende instalar um parque no único acesso do centro da cidade de Igaratá à represa do JaguarI, fazendo com que o potencial turístico da cidade se estenda dos bairros rurais ao núcleo urbano.
A ideia é revitalizar a região de acesso, conhecida como Prainha, já que trata-se da área mais carente do núcleo urbano. Assim, será possível atrair público ao parque e melhorar a qualidade de vida dos moradores da cidade com um equipamento novo, até então inexistente.
IGARATÁ

Igaratá é uma cidade de 8825 habitantes, pertencente a microrregião de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. O território da cidade tem 292,95 ha, com densidade de 30,12hab/ha dos quais aproximadamente 26% (76,46 ha) é de área urbana. Porém o núcleo urbano consolidado é apenas 1,5% (4,5 ha) do território total e existem poucos núcleos urbanos isolados.
A cidade faz parte da bacia do rio Paraíba do Sul e comporta parte da represa Jaguari (47km2).  É cortada pela rodovia Dom Pedro I, que liga Jacareí à Campinas (perpendicular a Rodovia Carvalho Pinto, Rodovia Presidente Dutra e Rodovia Fernão Dias) e está a 79km da Capital do Estado.
A maior parte do município abrange áreas rurais, porém a área agropecuária não é bem desenvolvida, bem como a área industrial, fazendo o município depender do turismo por suas belezas naturais e de um comércio pequeno e restrito. Há tentativas de desenvolver agricultura de subsistência e trabalhos artesanais, porém estas têm se revelado tímidas.
RESTRIÇÕES AMBIENTAIS

O perímetro urbano da cidade está em uma região montanhosa, contém a represa do Jaguarí, vários corpos d’águas e nascentes, está dentro da APA Mananciais Paraíba do Sul e faz divisa com a APA Piracicaba-Juqueri-Mirim. Por esses motivos, as restrições ambientais devem ser muito bem estudadas na hora do projeto.
PLANEJAMENTO

Igaratá tem núcleos urbanos dispersos e em sua maioria de baixa densidade (em comparação ao cento). As zonas de contenção de expansão da cidade estão dispostas de forma a fazer com que os bairros se interliguem e forme um maciço urbano consolidado. O perímetro destinado a expansão da cidade compreende uma área atualmente destinada a pasto, já dotada de alguma infraestrutura que se liga diretamente ao centro da cidade e que abrange uma área de cascata cujo plano diretor prevê um parque como Projeto Estratégico.
CENÁRIOS RECORRENTES

Observa-se uma repetição de um cenário na área:  núcleos urbanos desprovidos de alguma infraestrutura pública em proximidade com a represa. Essa situação se da em áreas de condomínios e chácaras (onde falta equipamentos públicos e acesso à população), áreas urbanas “periféricas” (carentes de infraestrutura básica) e em áreas rurais (carentes de equipamentos e infraestrutura).
PRAINHA

Á partir das análises sobre o centro da cidade e do Plano Diretor de Igaratá (2011), uma área do centro da cidade conhecida como “Prainha” foi delimitada como objeto de estudo deste trabalho. Está área representa a única conexão do centro da cidade com o reservatório do Jaguari, e hoje tanto as vias de acesso quanto as margens da represa encontram-se criticamente degradados. Neste setor, orla da represa, com 280.000m2, estão assentados 481 domicílios,
com uma média de 4 hab/dom, o que soma um total de 1.924 habitantes afetados.
USO, OCUPAÇÃO E EQUIPAMENTOS

O centro da cidade é carente em equipamentos de cultura e lazer, parques e praças. Só existe uma praça utilizada na cidade e o Parque Ecológico descrito no mapa trata-se de uma área remanescente com uma trilha precária. As APPs de rios e do reservatório também não são totalmente respeitadas. A etapa dois tem muitos vazios, moradias.
ZONEAMENTO

A área demarcada como ZUD (Zona de Urbanização em Desenvolvimento) é conhecida como “Etapa 2”, pois foi o segundo loteamento da cidade. Trata-se da área mais carente do centro da cidade, com muitas moradias irregulares, ruas estreitas, sem calçada e topografia muito acentuada. Essa área também é o único acesso à represa do centro da cidade. O plano diretor prevê aplicação de ZEIS na área para regularização fundiária e diversificação de usos, além de prever o Projeto estratégico “Parque Prainha”, que requalificaria a beira da represa.
SETORIZAÇÃO

O projeto pretende instalar um parque no único acesso do centro da cidade à represa, fazendo com que o potencial turístico se estenda dos bairros rurais ao núcleo urbano.
A ideia é revitalizar a região de acesso, conhecida como prainha, já que trata-se da área mais carente do núcleo urbano. Assim, será possível atrair publico ao parque e melhorar a qualidade de vida dos moradores da cidade com um equipamento novo, até então inexistente.
PROPOSTA PRELIMINAR

Para trabalhar um equipamento em contato com o reservatório é preciso requalificar a área que dá acesso ao mesmo.
A vitalidade do parque dependerá do interesse do público em visitá-lo.
A ideia é reurbanizar a “Etapa dois”, trazendo melhorias nas quadras e nas vias, reflorestar as áreas de APPs (30m, segundo o Código Florestal) interligando elas aos remanescentes florestais; trabalhar com incentivo de novos usos para a área, principalmente na principal rota para atrair os turistas que geralmente só ficam nos condomínios; e criar o parque prainha com infraestrutura adequada e acessos por meio de trilhas à água.
A Gleba ao lado do loteamento, se tornará área de maior aporta para o projeto. Duas quadras se prolongariam dando lugar a um HIS para as famílias das edificações desocupadas e a um conjunto de ensino técnico associado a um observatório sócio ambiental.
O parque prainha também estaria instalado nessa Gleba, numa área de transição entre urbano e APP. O parque teria equipamentos de lazer, cultura, esporte e convívio, fazendo com que os moradores e os turistas se beneficiem do parque que continuará tendo contato com a represa de forma mais rica e segura através de trilhas e pier.
A reurbanização da prainha deveria comportar o aumento de fluxo de pessoas no local mantendo as características da região. A solução foi aumentar as ruas em pontos estratégicos onde havia vazios e reorganizar o fluxo das mais críticas. O passeio de pedestres e a drenagem do solo foram dois pontos importantes para o partido do projeto que resultaram em ruas compartilhadas de intertravados de concreto.
Um dos motivos pelo qual o bairro é de difícil acesso hoje é sua declividade que desencoraja a caminhada, por isso, uma nova linha de ônibus seria proposta com um trajeto que contemple o bairro todo e que leve os visitantes ao parque.
Nos terrenos vazios que ligam duas ruas (na maioria, públicos) seriam criadas praças e passagens para formalizar e deixar mais segura a travessia que já existe hoje em dia.
O uso proposto incentiva comércios e serviços nos principais acessos ao parque e residências nas ruas mais estreitas, o que mantém a característica do bairro e leva movimento para a área sem causar transtornos no trânsito.
A ocupação para a área deveria seguir o mesmo conceito, por isso, propõe-se para a área índices urbanísticos que garantam: a paisagem existente, a insolação e ventilação, a privacidade, e o adensamento contido.
INSTRUMENTOS URBANOS

Os lotes necessários para a execução do projeto podem ser adquiridos pela prefeitura através do direito de preempção, previsto no Estatuto da Cidade.
Eles serão destinados a:
- Parque;
- Praças;
- APP;
- Equipamentos Urbanos;
- Alargamento de Vias.
ATUAL
10 ANOS
20 ANOS
30 ANOS
PRODUTOS
Cadernos Impressos
Maquete Fisica
Ficha Técnica


Universidade
Braz Cubas

Disciplina
Projeto Integrador - Trabalho de Conclusão de Curso

Orientadora
Fernanda Lemes
Apropriação Urbana - Caso Igaratá
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Apropriação Urbana - Caso Igaratá

TFG - FAU UBC 2017

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