A exposição Grotesco reuniu trabalhos de mais de 20 artistas c desenhos, esculturas, gravuras e pinturas compunham os trabalhos expostos na galeria Oto Reifschneider.
Desde o século XIX, a presença da beleza clássica na arte foi aos poucos sendo sobrepujada pelo grotesco, que permeia com igual força a literatura moderna. As crescentes mudanças sociais, a exposição ao outro, torna o estranhamento uma força cada vez mais presente na vida. A etnografia, a psicanálise, a ficção científica e grande parte dos movimentos artísticos, do romantismo ao surrealismo, fazem essas questões fervilhar. O grotesco nasce nas fronteiras e lida com o que há de terrível, inserindo um elemento de ridículo como mecanismo de defesa. O grotesco ignora os limites do corpo, indo além dele, ou para dentro dele. O grotesco é fantástico e metamórfico, ele choca e revela.
Como um dos artistas participantes da exposição, fui convidado a desenvolver o cartaz de divulgação. O artista eleito como destaque e homenageado da mostra foi Marcelo Grassmann (1925-2013), um grande mestre da gravura no Brasil. Grassmann tinha uma temática fantástica em suas gravuras e desenhos, demônios, bestas fabulosas e uma infinidade de figuras antropomórficas povoavam seu trabalho.
Além de imagens de gravuras do acervo da galeria, recorri aos tipos móveis de madeira da coleção de Flávio Vignoli, mais precisamente um tipo "grotesco" fazendo ponte com a temática da exposição. As texturas da impressão dos tipos de madeira foram preservados e valorizados, bem como a impressão dos versos de outros tipos da coleção, alguns com algumas pequenos ataques de cupins que geraram lindas manchas gráficas.
