A Mulher que se Viu no Rio é um conto ilustrado que gira em torno da temática da libertação das mulheres do padrão de beleza imposto sobre elas na sociedade.
Trata-se da história de uma mulher que ama a própria existência, tem o poder de tecer tudo o que deseja e se satisfaz com coisas muito simples.
Em um certo momento de solidão, acaba tecendo algo que muda sua vida para sempre, fazendo com que ela entre em contato com os padrões de beleza que não faziam parte de seu próprio universo e deixavam claro que seu próprio corpo estava muito distante dessa aparência estabelecida.
A narrativa continua com a busca para restabelecer suas convicções sobre si mesma e sobre o mundo, assim como resgatar o amor próprio e dessa forma
empoderar-se em relação as opressões vividas.
As colagens, ilustrações e manipulações visuais realizadas são profundamente
autorais e construídas com o objetivo de exaltar a produção manual histórica
da mulher e seus saberes, como por exemplo, a tecelagem e o crochê.
Por esse motivo, os principais materiais utilizados envolvem tecidos, linhas,
papéis e rendas.
As cores e materiais, assim como a manipulação da tipografia acontece de acordo com os sentimentos vividos pela personagem principal. E a representação dela não tem rosto, algo que busca a identificação de todas as mulheres com a narrativa, e o seu consequente empoderamento.
Já os processos de criação das ilustrações variam entre matrizes de colagem
de linhas e tecidos sobre acetato, e colagens de crochê e linhas e
tecido sobre o papel. Algumas colagens são inteiramente digitais, principalmente as que pertecem ao universo externo ao da personagem.