O projecto consistia na construção de pictogramas para as diferentes regiões de Portugal, sendo estas distribuídas da seguinte maneira: Minho, Douro e Trás-os-Montes; Beiras; Estremadura e Ribatejo; Alentejo e Algarve; Açores; Madeira. Optei por fazer pictogramas sobre animais selvagens, já que nem todos têm conhecimento de animais que não sejam naturais de sua região, além de muitas vezes serem tão comuns que nos passam despercebidos.
Minho, Douro e Trás dos Montes
As temperaturas baixas e a área montanhosa do Norte do país são o habitat ideal para o lobo-ibérico. A alegada ferocidade do lobo levou a sua população, outrora abundante, a reduzir-se aos 2000 indivíduos, dos quais cerca de 300 habitam em Portugal, e calcula-se que hoje os lobos ocupem apenas 20% de sua área de distribuição original. Em Portugal, o lobo-ibérico é classificado como espécie “em perigo”, no entanto a população de lobos tem vindo a aumentar devido aos esforços para a conservação do animal.
Beiras
A raposa-vermelha é o mamífero carnívoro selvagem com maior distribuição e abundância no mundo e é a única raposa que se encontra em Portugal, nomeadamente na região das Beiras, na área da Serra da Estrela. A raposa-vermelha é classificada como “pouco preocupante” e por essa razão a caça é liberada em muitos países da Europa, mas a caça excessiva e a depredação de seu habitat natural podem, como é óbvio, colocar em risco a existência desse animal.
Estremadura e Ribatejo
As ginetas podem ser encontradas no Norte e Centro de África, no Médio Oriente e na Europa, nomeadamente em Portugal, França e Espanha. A gineta não corre qualquer tipo de risco a curto ou médio prazo, uma vez que os únicos predadores naturais dela são as aves de rapi- na e as árvores em que vive protegem na dos ataques. O maior factor de risco para as ginetas são os carros, pois os atropelamentos são muito frequentes. O seu estado de conservação é considerado “pouco preocupante”.
Alentejo e Algarve
Esta espécie só se encontra na Península Ibérica, onde existem apenas cerca de 140 indivíduos e, em Portugal, esta espécie está pratica- mente extinta. A sua distribuição geográfica faz-se por pequenos grupos a viver no Algarve, Vale do Guadiana, Serra de São Mamede e Vale do Sado. O desaparecimento do lince-ibérico deu-se principalmente pela introdução da mixomatose que afectou grande parte da população de coelhos, a fonte de alimentação do lince. O abate deliberado por parte do Homem e o alto índice de atropelamento do animal também baixou o número de indivíduos na natureza. O lince-ibérico é considerado “criticamente em perigo”.
Açores
A doninha-anã foi introduzida nos Açores, mas, tendo se adaptado tão bem e se tornado tão comum, é tida como uma subespécie das Ilhas. Os predadores naturais da doninha são o lince-ibérico, a gineta, o gato-bravo, o gato-doméstico e as aves de rapina. Os factores de ameaça estão relacionados com a destruição do seu habitat. São também vítimas de atropelamento e da caça furtiva, realizada como medida de controlo de predadores. A doninha é considerada “não ameaçada”.
Madeira
Não existem mamíferos terrestres na Madeira que não tenham sido introduzidos pelo Homem e nenhum deles é tido como subespécie, dessa forma o animal escolhido para a Madeira foi a foca-monge. A foca-monge é um animal bastante curioso que facilmente se aproxima do ser humano e esta aproximação facilitou a matança desses animais. Além disso, a redução da disponibilidade de alimento, a destruição do habitat e a poluição também contribuíram para o desa- parecimento da foca-monge. Seu estado de conservação é considerado “em perigo crítico”.