Vejo-me numa poltrona sentado, observo-me. Olho-me para tentar compreender quem tu és, e o que me fizeste. Medo, uma lágrima escondida, és tu. Latente, jazes amargurado, mergulhado num fervor mefítico entre a minha crença e a guerra. Anjo da guarda fingido, corres-me, perseguindo (tenho medo). Desenhei minha cabeça, cobro-me, estou bem. Ah! Tu salvaste-me medo, impondo-te com a tua invejável naturalidade, retiraste-me a audácia de viver. Por toda a parte cresceste muro, devolveste-me a segurança. Na minha cabeceira te recostaste, e, ao adormecer, os meus olhos dançam, sonho… Proibiste-me. 

Porque a proibição é ter medo que o medo acabe, deixemos cair os muros. « Eu digo sim, e eu digo não ao não, e eu digo: É! Proibido proibir ».

Teresa L Machado
É Proibido Proibir
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É Proibido Proibir

Vejo-me numa poltrona sentado, observo-me. Olho-me para tentar compreender quem tu és, e o que me fizeste. Medo, uma lágrima escondida, és tu. La Read More

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