Somos Humanos Reais
Música: Rimárito
Letra: Thais Finotto Visani
O mundo todo está em movimento o tempo inteiro
E cada vez mais o mundo por inteiro é digital
E cada vez mais o mundo por inteiro é digital
Ampliando possibilidades
Aproximando pessoas
igualando oportunidades de negócios para todos os lados
Vivemos em uma era onde cada pessoa habita duas sociedades.
Estamos entre dois mundos com regras, comportamentos e linguagens diferentes.
Passamos parte do tempo no Mundo Real, onde tocamos outras pessoas, conversamos olhando nos olhos e enxugamos cada lágrima.
Mas o outro mundo nunca está longe, ele só parece inativo, mas se faz presente com um simples som ou vibração.
Neste outro universo o tempo não possui limites, interagimos em infinitos instantes que costuram uma colcha de retalhos da realidade.
Nesta sociedade paralela não há fronteiras: “longe” e “perto” são conceitos abstratos quando tudo está disponível ao toque dos nossos dedos.
Estamos mais próximos, mas mesmo assim muito distantes.
Enganamos a solidão, mas nunca o vazio que bate no peito quando mais precisamos de um dentre os mil amigos virtuais.
Uma piscada não substitui um beijo.
Um “Like” não tem o mesmo efeito de um abraço apertado.
Um compartilhamento não é aquela risada ao pé do ouvido que somente a cumplicidade entre duas pessoas explica.
Nós temos a necessidade de pertencer a algo maior, nos sentir parte integrante de um todo, nem que este todo seja uma minoria, um grupo que nos entende e apoia.
A cada momento conectamos histórias, integramos ideias e alteramos rumos.
Influenciamos e causamos impacto nas vidas das mais diferentes pessoas.
Evoluímos e aprendemos com a tecnologia, expandimos visões de mundo e temos acesso às mais diferentes informações.
E, mesmo assim, ainda queremos sentir que somos importantes para alguém, que somos lembrados, que nossas vidas não são vazias e as interações virtuais também são verdadeiras.
No mundo virtual somos sempre os atores principais em um palco onde a plateia é o infinito e o roteiro são as possibilidades.
Somos livres para sermos quem quisermos e fazermos o que desejamos.
Temos a nossa consciência como guia, mas o “permitido” e o “ilegal” viram subjetivos quando nem mesmo o próprio Mundo Virtual sabe para onde vai.
Em uma sociedade onde a mudança é constante, tudo está se reinventando e reavaliando, descobrindo novas saídas e maneiras de conseguirmos chegar aonde queremos.
Em um mundo de pensamentos em 140 caracteres a saudade é uma questão de vontade.
A cada dia somos seduzidos pelas teias das redes sociais, mas ainda sim buscamos imitações dos contatos que temos no Mundo Real.
Abrimos conversas pedindo abraços, mandamos mensagens como quem manda beijos, publicando fotos para eternizar momentos e compartilhamos músicas especiais como quem olha nos olhos e diz “eu te amo”.
Mas tudo tem um preço.
Quanto mais Virtual, menos Real.
Quanto mais interações por telas, menos olhos no olhos.
Quanto mais máscaras usarmos para disfarçar a solidão que sentimos, nos tornamos um pouco menos humanos, nos tornamos um pouco mais virtuais, nos tornamos um pouco mais as máquinas que adoramos e estão se transformando partes de nós.
Mas, por trás de cada gesto para chamar a atenção, cada pequeno grito de desespero para dizer que nós existimos e que estamos aqui, há um ser humano real.
Atrás de cada rede social há uma pessoa de verdade, com angustias, desejos, anseios de sentir mais, de procurar nossos iguais e provar que não somos mais um na multidão.
E, assim, voltamos para o Mundo Virtual para provarmos temos vidas de verdade.
Que fazemos check-ins e postamos fotos para mostrar que, sim, também temos vidas atrás das telas que valem a pena serem vividas.
Porque, no fim das contas, somos pessoas com infinitos sentimentos e representamos emoções de um modo que nenhuma máquina jamais poderia.
Somos humanos reais.
Material: Press Release novo álbum do rapper Rimatico
Texto: Thais Finotto Visani
Texto: Thais Finotto Visani
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Rapper premiado volta às origens em seu novo álbum
Rimatico canta sobre sua cidade, dilemas e reflexões sobre a sociedade em seu mais recente trabalho.
O lançamento do álbum “Origens” é uma viagem pelo passado e presente do rapper Rimatico, que transcende o estilo musical e traduz para suas melodias as mais profundas reflexões sobre o cotidiano do paulistano em um ritmo contagiante que conversa até mesmo com quem não é fã do estilo.
“Bem-vindo a Minha SP” é a primeira faixa da mixtape e explora as belezas, controvérsias e problemas da capital. A música é um passeio da Zona Norte à Zona Sul, da Leste à Oeste, em uma letra que qualquer paulistano irá se identificar.
O CD conta com 12 faixas e a produção de Rafael Gomes (Studio AudioFusion), DJ Dehco (Mibra Music), One Tone e outros parceiros importantes do cenário do rap nacional. Este é o primeiro álbum da carreira de Rimatico, que já possui sete outros trabalhos entre singles, coletâneas, participações especiais e parcerias com grandes nomes do hip-hop como PMC e DJ Dehco.
As Origens de Rimatico
A carreira do paulistano Luciano Camargo da Silva, de 28 anos, começou em 2002, quando conquistou o prêmio de Melhor Letrista no Festival Canta Febem com a música "Novos pensamentos". Neste ano suas vitórias foram múltiplas, pois seu grupo R.3 - Rimas Reais Revolucionárias ganhou o segundo lugar no mesmo festival e Rimatico teve a oportunidade de conhecer PMC, arte-educador das oficinas de hip-hop na Febem, e também DJ Dehco, com quem estabeleceu uma grande parceria.
Em 2003 lançou seu primeiro single na carreira solo chamado “Louca Mensagem”, com participação de PMC e produção de DJ Dehco, e iniciou a turnê pelo estado de São Paulo. No fim do mesmo ano PMC lançou o álbum "Meu Rap É Assim" com uma participação de Rimatico na letra e melodia da música “Sem Me Entregar”, que fez grande sucesso no interior de São Paulo e de outros estados. Devido à repercussão da canção os rappers foram convidados a se apresentarem no Caldeirão do Huck e Projeto Criança Esperança, da Rede Globo.
Durante os três anos seguintes, ele e PMC criaram uma parceria no projeto Pê & Rimatico, uma inovadora mistura de rap com Bossa Nova e MPB, que contava com a produção e a direção de Dehco Wanlu. Esta turnê teve diversos shows no estado de São Paulo.
Em 2006, Rimatico se aventurou por novos estilos e formou a banda de nu metal Riffunk, cujo single foi lançado em 2008. Entre 2009 e 2012, trabalhou em parceria com o projeto Synthetic Fusion gravando singles independentes até lançar o primeiro EP “Oxigênio Limitado”, em 2012.
Com tanta bagagem e experiências, Rimatico usou o ano de 2013 para reflexão, onde ponderou muitas reviravoltas até retornar ao seu ponto de partida. Assim surgiu a ideia de voltar às origens, ao ponto onde tudo começou: ao rap.
