Aline Train's profile

Auditório Rebouças

O lote a receber o projeto está localizado na Rua Engenheiros Rebouças, ao lado do Estádio Durival Britto e Silva, próximo à Rodoferroviária de Curitiba. A área que comporta o projeto é de 3982,90 m², sendo anexada a área de 860,50 m² da faixa permeável adjacente, totalizando 4843,40 m² para intervenção.
O partido arquitetônico adotado buscou enfatizar o acesso principal por meio de uma grande rampa na lateral do edifício, utilizando sua inclinação como linguagem arquitetônica para todo o desenho do projeto. Esta rampa acessível oferece um passeio até o foyer, de modo a valorizar as visuais para o rio e para a praça.
ESTEREOTÔMICA
O grande volume que comporta o auditório é estruturado em concreto, a porção maciça, vedada e inflexível do projeto. Um local escuro onde todas as atenções se voltam para o espetáculo que ocorre no palco, aguçando a percepção das luzes e sons. Com grandes paredes feitas em concreto aparente autoportante tratadas acusticamente e cobertura sustentada por vigas metálicas engastadas nas paredes, consegue-se trazer a estética externa para dentro do auditório, recebendo painéis de madeira nas laterais e no teto por moticos acústicos, como a quebra de paralelismo das paredes e melhor reflexão e absorção do som.
TECTÔNICA
A rampa lateral oferece uma singela promenade ao longo da praça criada, valorizando seu aspecto arborizado e convidativo, próximo ao rio, ao Jacarandá e às esculturas. Sua inclinação é acessível, composta por dois patamares. É estruturada por uma grande treliça metálica apoiada no solo e no piso do foyer, sustentado por dois pilares metálicos em V. Sua cobertura é engastada na parede do auditório e apoiada na treliça, tendo seu piso atirantado na porção em balanço, permitindo assim livre passagem de pedestres pelo nível térreo. Tanto a vedação lateral da rampa quanto a do foyer são em vidro para que as visuais criadas não sejam obstruídas. 
Nas paredes de concreto da bilheteria e do foyer voltadas para o muro do estádio foram projetadas duas aberturas que evidenciam pontos focais. A abertura da parede da bilheteria visualiza uma escultura e a do foyer um ipê branco, de maneira a instigar a curiosidade de quem utiliza este espaço. 
INTERIOR
Ao adentrar no volume do auditório em si, o espectador se vê distante das referências externas para dedicar sua atenção ao espetáculo. A única referência externa que lhe é concedida é a textura das paredes de concreto aparente. Neste sentido, ao descer as escadas formadas pela curva de visibilidade do auditório, o espectador visualiza grandes paineis de madeira fixados às paredes formando inclinações que rebatem o som. O mesmo tratamento acústio é dado ao teto, utilizando barras metálicas para fixá-los. A parede do fundo mantém a textura rugosa do concreto aparente, absorvendo o som emitido e rebatido, evitando retornos distorcidos.
 
A setorização do palco é feita por duas grandes cortinas pretas que separam o cilorama ao fundo e três cortinas pretas menores lateriais, semelhantes a coxias, para espetáculos ou palestras que necessitem deste recurso. Cada uma destas cortinas tem a face oposta na cor branca, para torná-la mais adequada a certas apresentações. A parede de concreto atrás do ciclorama e as antecâmaras de saídas de emergência nas laterais e ao fundo oferecem todo o isolamento acústico de barulhos externos, com portas tratadas com escovas e revestimentos apropriados.
Além disto, as poltronas escolhidas para a plateia, quando retraídas, recebem tratamento acústico de forma a simular a absorção sonora causada por uma pessoa. 
Auditório Rebouças
Published:

Auditório Rebouças

Projeto acadêmico realizado para a disciplina Arquitetura II, em parceria com Thamiris Nikkel

Published:

Creative Fields