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Dona Vio

DONA VIO

Provem do nome Dona Violeta, e da história envolta na personagem do filme, “As Recordações da Casa Amarela” de João César Monteiro, uma mulher de ideias salazaristas, defende o seu feudo com garra e determinação. Feudo este, que se encontra perdido num bairro popular alfacinha, uma pensão de cor amarela, que não passa de um espaço decadente e infestado de pragas.

“Casas velhas? Barrocas senhor João, isto foi casa de marqueses e marquesas, de príncipes de Portugal”

Dona Violeta vive para as aparências e para a prosperidade do seu negócio, controla os seus inquilinos vigiando os seus desvios morais e mundanos. Desde 1989 nada mudou, as regras mantém-se. Dona Violeta não permite serventias aos inquilinos, a comida é escrupulosamente proibida nos quartos, o uso das instalações sanitárias requer um valor monetário
e equipamentos de consumo de energia eléctrica são extremamente proibidos.

De aparência austera apresenta-se de vestido negro que a cobre do pescoço aos pés, cabelo grisalho nem um fio fora do lugar, olhar frio, autoritário e desdenhoso. Esta mulher enche-se de vaidade e presunção. Com um ar puritano defende que
o que traz dinheiro traz reputação. O seu carácter arrogante define uma mulher fria e racional, escondendo o seu lado debochado e depravado.

Ao longo dos anos a degradação da pensão foi inevitável. Com as más línguas do povo Dona Violeta teve de restaurar a pensão. Com as paredes a rachar, a tinta a lasca, a madeira começou a apodrecer e os percevejos não arredaram pé. A pensão deixou de ser um espaço decadente, tornando-se num espaço mais acolhedor.

Hoje em dia, Dona Violeta ainda continua a dirigir o negócio, mantendo o seu vestido negro, contrastado com o seu cabelo branco, segurando numa bengala. Como o negócio tem vindo a fraquejar e diz-se por aí que o design traz mais inquilinos
a Dona Violeta decidiu apostar numa imagem para a sua pensão. Porque não dispensa a tradição, exigiu “na minha casa não entram tecnologias, quero tudo à moda antiga!”
It comes from the name Dona Violeta, from the character’s story of the João César Monteiro’s film Recollections of the
Yellow House (1989), a woman with fascist ideals who defends her fief with grit and determination. This fief, which is lost in a Lisbon Neighborhood, is a decadent yellow replete with pests boarding house.
 
“Old houses? Baroque houses Mr. João, this was home of Portugal’s marquises and marchioness, princes and princesses.”
 
With an austere look, she shows herself with a dark dress covering all of her body, a neatly combed grey hair and a cold imperative scornful look in her eyes. This lady is filled with vanity and presumption. With puritanical appearance defends what brings money, brings reputation. Her haughty character defines a cold and rational woman, hiding her debauchee and vicious side.
 
Dona Violeta lives around appearances and her business’ prosperity and controls her tenants by watching their moral and worldly diversions. Since 1989 nothing has changed, the same rules. Dona Violeta does not authorize any kind of usefulness to the tenants, food is scrupulously forbidden, toilets use requires a requital and electric consumption needed gear is not
allowed.
 
Over the years the house’s degradation was unavoidable. Encouraged by people’s cheap talk Dona Violeta had to repair the house. With the walls cracking, the paint chipping, the wood started to rot and the bed bugs had no mercy. The boarding house was no longer a decadent place, becoming a cozier space.
 
Nowadays, Dona Violeta keeps running the business, preserving her dark dress which contrasts with her white hair, holding a walking stick. As the business coming to get weak and with comments that design brings more costumers Dona Violeta decided to change her house’s image. By staying stick to the tradition, she demanded “in my house there is no room for technologies, I want everything by the old-fashioned way!”
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Projeto académico Com base no filme de 1989, “As Recordações da Casa Amarela” de João César Monteiro, a proposta de trabalho tinha como objetivo Read More

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