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Dramaturgia Teatral

Produção Sagradas Vertentes 

Dia: 17\11\2023
Hora: 19:30
Local: Cat - Centro de Atendimento ao Turista - Resende Costa. 
Evento:  II Semana da Consciência Negra - Ancestralidade e Memória valorizando a Cultura Afro-Brasileira. 

Roteiro 
1° Momento                   Exu Abre Caminhos e Cortejo

As atrizes se encontram e se benzem nas águas, fazem seus rituais e adentram em romaria sentido palco, cantando “ Mandei Caiá”.

Projeção das meninas na cachoeira. 

As lavadeiras seguem para o palco ainda cantando “ mandei caiá”, e seguem em ações de lavadeiras, pegando as roupas, lavando, em movimentações de lavadeiras mesmo. ..

Seguem assim curtindo um pouco, cantando com mais naturalidade, e seguem para a transição da cena com a música “ mulher preta mulher forte” 
_____    Mulher preta mulher forte
Vou contar a minha lida,  jornada que acaba não, vou cantando em esperança pra tudo aqui desaguá! 
Vou cantando em esperança…pra firmar meu caminhar. 
Eu te vejo e tu me vê! 
E ainda dói no coração, mas carrego no sorriiiiiso a forçá dessa nação! 

Mulher preta, mulher forte! 
Na beirada do riacho…
só se vê nessa irmã, que caminha lado a lado! Só se vê nessa irmã, que caminha lado a lado! 

(SOLO MAIC)

No poder de suas mãos, nas curvas do coração…
segue em luta e coragem, fé sagrada e oração… 
segue em luta e coragem, fé sagrada e oração.
segue em luta e coragem, fé sagrada e UNIÃO. 
__________________________________________

A cena segue se transformando como se as lavadeiras se transformassem em amigas vivendo tempos atuais, e que combinaram de se encontrar na cachoeira, onde antes as lavadeiras frequentavam e trabalhavam. 

 Para isso, Itane e Ana Marina meio que saem do centro do palco, Samantha segue transformando o corpo como se fosse uma garota na atualidade aguardando as amigas na cachoeira, se limpando nas águas.

 As amigas chegam, se cumprimentam,  seguem no diálogo:

Samantha inicia o diálogo: ____ Esperando vocês aqui parece que eu voltei no tempo…Mamãe lavou muita roupa nesse lugar e sempre conta muitas histórias do passado… E eu tava aqui viajando…  

Itane: __ Minha mãe também frequentou muito aqui, mas acabava indo mais na Fonte João de Deus, que era mais perto da casa dela. 

Ana: __ A vô falava muito da tal Fonte da Ilha. Já  lavou muita roupa e buscou muita lata d’agua lá…
Itane: Cê sabe que a Fonte da Ilha hoje está daquele jeito…
Ana Marina  __ Curioso pensar em tudo que elas viveram aqui, né? 

Sugestão de Pautas:  “ A fé dessas mulheres” sabão de bola, rodilha para ajudar a equilibrar, as latas na cabeça, as roupas quarando,não tinha água encanada, 
 “ não sei como as mães aguentavam, criança mamando de uma lado, bacia na cabeça, lata d'água, sabugo,” “ E para pra pensar, é a mesma história se repetindo, somos todas filhas de mães solo”,
 ___ Samantha: E tudo que elas passaram para que a gente pudesse tá aqui hoje…E pensar que esse lugar daqui a pouco pode nem existir mais dói meu coração. 
“ O que estamos fazendo com nosso solo sagrado, destruindo terra, céu e mar???
O capitalismo falando mais alto, e com ele não poderemos contar.
__ Bem mais do que com dinheiro, a conta da ganância, a gente não consegue pagar.
De calção vão nossos recursos, com dia e hora para acabar.
Não estamos apenas defendendo a natureza, somos ela tentando se salvar.

Respeitar o meio ambiente e nossos rios e nascentes preservar…
Cuidar das cicatrizes dos nossos rios, e daqueles que não vão mais se recuperar.

83% das terras cultiváveis do  planeta, servem hoje de pastagens e produção de ração.
___ E os números só aumentam…
___19 entre cada 20 espécies de florestas tropicais, em 2050 podem nem existir.

Será esse triste legado o que deixaremos pra  futura geração?

2° Momento  
TODAS:
 Mãe Natureza!! Mãe Natureza.
  Pachamama. 
  Gayaaaaa…..

Começam a balbuciar a música “ Fio se suncê’ 
                              Nanã
“ Fio, se suncê precisar, é só chamar a vovó que ela vem te ajudar…”

"No começo dos tempos, Oxalá criou o universo e convocou os orixás. Nanã, a mais antiga, foi encarregada de moldar a vida a partir da lama. Mãe dos orixás, representa sabedoria e fertilidade, a mais velha. Sua presença é tranquila, mas poderosa. É invocada para equilíbrio e continuidade da vida. Nanã, a senhora da lama, a essência da criação, e a ligação entre todos os seres."
Iniciam a cantiga pra Nanã, a Insabaque, até a Bisa assentar na cadeira e começar a cantarolar… Segue para a história da bisa Ana Rita. (Samantha)


Tudo que eu sei é que ela ficava sentada na soleira de casa penteando as suas longas madeixas esperando alguém buscar. 
Mas a verdade é que da minha gente eu não sei não, não deixarão ninguém falar. Disseram que costumes assim, era melhor apagar. Apagaram o passado e a minha história, minhas marcas no corpo, apagam não.

Marcado aqui em mim, o incômodo daquele laço, 3 gerações depois, tá tudo aqui registrado. 
Arrancada da sua terra, e levada para o seio da repressão, para daquele momento em diante, nunca mais ter razão.
 E o som que antes ecoava no vácuo, hoje sai do amplificador, e que não mais se repita, esse abuso desnorteador, deixando na história deixando um legado de dor, marcas profundas de violência e horror.


 Entra a música Opinião, será uma performance da mulher no morro defendendo seu território: 



E óh: Podem me prender! Podem me bater, podem até deixar-me sem comê, que eu não mudo de opinião. 
Daqui do morro, daqui do morro eu não saio não. Daqui do morro eu não saio não!(gritando) é óh,
“ EU QUERO MELHORIA.”, 


Se não tem àgua, eu furo um poço
Se não tem carne, eu compro um osso e ponho na sopa
E deixo andar. 

Fale de mim quem quiser falar, que aqui eu não pago aluguel.

E se eu morrer amanhã, ôhh seu doutôr! 
Eu tô pertimmmmm do céu.
 E se tirar tirar a gente daqui? Vai pôr onde?

(Maic bate Jambé )

Ana e Itane: Começam a trançar a rede azul com som do tear… som do tear  


3°Momento                               Iemanjá

Samantha pega os “bebês tapetes branco” no cesto de palha, e segue os embalando e ninando…Assenta no banquinho e amamenta as crias, que vão crescendo. Deitamos no  colo da “mãe”, essa que nos acolhe em seu amor. A mãe canta ninando as crianças a música “ Eu estava na beira da praia” 
Ana e Itane se levantam do colo, e seguem para pegar a rede.
Essa  mãe começa a se limpar e se arrumar. Itane leva a rede até a mãe, e a ajuda a se transformar. 

Ana começa a cantar Reza. 

A mãe vai se vestindo e se  transformando em Iemanjá.
Ana e Itane começam a cantar “ A cota deirecê, aqui é Iemonjá, aa cota deirecê aoiô, orofiiacháuereooô” .

Yemanjá passa uma vez dançando, e na segunda vez ela pega Ana e Itane pelas mãos e as leva para se arrumarem nos devidos lugares.
Yemanjá vai para o lado de Oxum e a ajuda a arrumar segurando o espelho. 

Para a transição iniciará sons de cachoeira, e os vídeos da cachoeira, acrescentar um vídeo áudio para rodar. 


4°Momento                               Oxum 


Começamos a murmurar, balbuciar “Nhen, nhen, nhen…
 uma mulher levanta  se monta se transformando  em Oxum (performance corporal), cantando a música de nhen, nhen, Oxorodô, Oxum era rainha, na mão direita tinha um espelho a se admirar.

Ana canta pavão misterioso: 
Pavão misterioso, pássaro formoso
Tudo é mistério nesse teu voar
Mas se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história eu tinha pra contar. 

A transição será no projetor. 

5°Momento                               Nossa Senhora do Rosário 

No projetor a cena da denúncia e violência psicológica escolar. 
Cena é retratada no fundo enquanto Oxum e Iemanjá arrumam Nossa Senhora do Rosário.
Depois dela pronta:
Canto Itane : Mainha Mandou: 
Mainha mandou
Riscar um ponto e sentar na mesa
Mainha mandou
Se concentrar, pensar na natureza
Foi daí que eu nasci
Foi assim que eu me criei

Mainha mandou
Tocar maraca pra chamar meu guia
Mainha mandou
Fazer uma conta de ave Maria
Foi daí que eu nasci
Foi assim que eu me criei



Aparecimento de Nossa Senhora do Rosário. 

Samantha conta a história do Aparecimento de Senhora do Rosário em clima de contação de histórias, e quando finalizar dizendo que desde então Nossa Senhora do Rosário é a mãe dos Congadeiros. 

Final                                          Festejo
Começamos a cantar “Tá caindo fulô”, jogando papel picado e dançando. 
Todas comemoram e dançam ao som de tá caindo fulô, as meninas distribuem flores para as mulheres presentes. 
          
Começamos a apontar para as pessoas:
NEGRA! NEGRO! NEGRA, NEGRO, NEGRA, NEGRA, NEGRA.

Samantha puxa a música “ Sorriso Negro” : “ Negro é a raiz, a liberdaaade! Negro é raiz da LIBERDADE.”

 Todos seguem cantando SORRISO NEGRO e chamando as pessoas para dançarem e cantarem. 

                                                        .FIM.

















Camada sonora 
1° momento encruzilhada 
Som do tear 
oraiee oxum
som de crianças brincando
Oxum
Laia ladaia sabatana Ave Maria 
Pavão Misterioso
Mainha mandou
Tá Caindo Frô
Negro é a Raiz da liberdade

Trilha sonora
Mulher preta mulher forte - Samantha
Zé Ketti - Opinião
Por Amor Andei Só
Oxum Canto “Nhem, Nhem, Nhem” https://youtu.be/gygXfkhFxog?si=JL0FIxRalLVTomJG 
Ponto de Iemanjá - Sonhei que estava na beira da praia https://youtu.be/wQIsUtlzBCQ?si=erXErUlNRnOOy05U 

Elementos de cena
Bacias
Roupas 
Espada de São Jorge - entre outras
Projetor 
2 Cadeiras
Tapetes 
Rede 
3 novelo de retalho 
2 espelhos laranjinha  

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