Projetado para o Dia da Amazônia, o primeiro museu do Laboratório da Cidade, o MIA- Museu Itinerante da Amazônia, busca utilizar a arte como forma de compactuar com os desafios do enfrentamento às mudanças climáticas e promover a conscientização da sociedade sobre esse dia.
O MIA tem o intuito de impactar e trazer a realidade dos povos originários, além de buscar o resgate da nossa ancestralidade, de nos aproximar de nossas origens, e ser mais um dos apoiadores do movimento de devolução do protagonismo aos verdadeiros protagonistas do país.
"O MIA – Passado, Presente e Futuros nos convida a dialogar sobre o que esperamos do nosso amanhã e como nosso passado tem total influência em como vivemos nosso presente. E, mesmo cientes de que a crise climática já é um estado irreversível no hoje, ainda nos resta a opção de começarmos um novo amanhã, em busca de resgatar maneiras de se lidar melhor com nossos espaços públicos e com a arquitetura urbana das cidades amazônicas. Para isso, fazemos uso de nossos conhecimentos originários como meio de transformação, decolonizando nossas ideias, pois, conforme descreve Mignolo em Desafios decoloniais hoje, um dos objetivos da opção decolonial é nos naturalizarmos em vez de nos modernizarmos.
Enquanto a modernização nos é vendida como única forma de desenvolvimento, nós remamos contra a correnteza e nos utilizamos da força que está em nossas origens, em nossa ancestralidade." - Jade Jares, Curadora.
Moodboard
Desafio
O primeiro desafio foi o pouco tempo que tivemos para construir a exposição do zero, o segundo seria criar uma identidade que falasse tudo o que precisávamos que fosse dito, pensando sempre que é uma exposição com a proposta de ser itinerante então sempre tendo em mente materiais que pudessem ser reutilizados em outros locais.
Solução
No MIA 2023 exploramos uma exposição onde pudéssemos observar e pensar sobre o passado, presente e os possíveis futuros, do ponto de vista climático, pensando em como as escolhas que pessoas que vieram antes de nós nos afetam como sociedade até os dias de hoje e a partir disso o que podemos fazer ou propor para melhorarmos nossa ideia de cidade.
Dividimos então a exposição nessas três linhas do tempo e da memória, onde colocamos o futuro no plural porque acreditamos que existam possibilidades quando o assunto é mudanças climáticas principalmente na Amazônia.
Solução visual
Gostamos muito da ideia de cidade invertida, justamente por conversar com o conceito de possibilidades, realidade versus expectativas, futuro esperançoso versus futuro caótico, e também brinca com a ideia de um reflexo da cidade, um reflexo das nossas atitudes como indivíduos e como sociedade.
Também colaborei fazendo uma das obras da exposição, juntamente com Lucas Nassar, o vídeo intitulado "E se..." que traz através da arte uma nova possibilidade de cidade, uma cidade que não pensa em seus rios como problemas e sim como soluções.
Pegamos a Av. Visconde de Souza Franco que é localizada no centro da cidade de Belém (PA) e repensamos ela a partir do canal, imaginando uma realidade com o rio como protagonista.