No âmbito do 12.º ano do curso Técnico de Multimédia, no decorrer da unidade curricular de Projeto e Produção Multimédia, foi-me incumbida a tarefa de criar duas peças multimédia inspiradas no documentário "Janela da Alma" de João Jardim e Walter Carvalho. Nesse contexto, optei por explorar os suportes da fotografia e da fotomontagem, empregando uma abordagem artística e conceptual. Para ambas as peças multimédia, escolhi a fotografia como suporte primário, utilizando a câmara fotográfica Canon EOS 70D equipada com uma lente de 17-70 milímetros. A seleção do modo manual proporcionou-me o controlo necessário sobre as configurações, permitindo a personalização do ISO de acordo com as exigências da captura. A focalização neste modo manual foi particularmente significativa para a realização do propósito visual desejado.
No que concerne à peça multimédia centrada na fotografia, elaborei uma composição que simboliza a visão de uma pessoa que depende de óculos para ver. A imagem captura uma perspetiva peculiar, focalizando apenas o que se encontra dentro das lentes dos óculos, enquanto o restante ambiente permanece desfocado. Posteriormente, efetuei ajustes e melhorias na pós-produção utilizando o Adobe Lightroom.
A segunda peça multimédia, desenvolvida com o suporte de fotomontagem, incorporou uma abordagem mais complexa. Integrei de forma visivelmente criativa diversas frases selecionadas do documentário, que personificam a temática e a narrativa visual pretendida. Utilizando o Adobe Illustrator, articulei as frases artisticamente na imagem, conferindo-lhes uma presença marcante.
Cada frase foi cuidadosamente escolhida para refletir as mensagens essenciais transmitidas pelo documentário:
"A janela não olha, quem olha é o olho através da janela": Neste contexto, os óculos assumem o papel de janela, através da qual o olho perceciona o mundo. A palavra "janela" foi deliberadamente colocada na lente dos óculos, destacando essa metáfora visual.
"Nunca se descobre pensando fora de foco": A imagem enfatiza o papel dos óculos no foco e na clareza da visão. A palavra "foco" foi integrada artisticamente no interior das lentes, reforçando a relação entre a nitidez visual e o pensamento perspicaz.
"A visão é mais seletiva": Destaca a seletividade induzida pelos óculos na perceção visual. Cada frase foi apresentada com diferentes tipos de letra e cores (branco e preto), adicionando uma dimensão estilística que acentua a sofisticação e a neutralidade.
Assim, cada elemento visual e textual destas peças multimédia foi meticulosamente concebido para transmitir a essência do documentário, proporcionando uma experiência visual rica e significativa para a audiência. Este projeto representa não apenas uma execução técnica, mas também uma exploração conceptual que traduz a complexidade da visão e da experiência humana mediada pelos óculos.
Na elaboração da segunda peça multimédia, em que a fotomontagem surge como suporte, iniciei o processo capturando a imagem de um rebento de rosa. O propósito primordial desta escolha foi criar uma representação visual do antes e depois, enfatizando o ciclo de vida da flor, desde o seu nascimento até à plenitude da sua forma. A focalização no rebento, enquanto elemento central da composição, visava realçar a sua importância simbólica na transmissão da mensagem sobre o surgimento da flor.
Recorrendo ao software Adobe Photoshop, procedi à adição de uma rosa sobreposta ao rebento. Para criar uma transição suave e sugerir a ideia de algo concebido na mente, ajustei a opacidade da imagem sobreposta. Este método pretendia enfatizar a natureza imaginativa da composição, onde o rebento serve como ponto de partida para a visualização da rosa já crescida. Além disso, implementei uma edição de contraste mais intenso nas folhas, utilizando o Adobe Lightroom, conferindo um maior impacto visual à composição.
A etapa seguinte consistiu na integração de frases selecionadas de forma visível e criativa, aplicando uma abordagem de designer com o auxílio do software Adobe Illustrator. Cada frase foi escolhida com precisão para encapsular as nuances conceituais pretendidas:
"Não se limita a olhar o visível, mas também o invisível": A representação do rebento e da rosa sugere não apenas a observação do visível, mas também a contemplação do invisível, desencadeando a imaginação do espectador.
"Posso ver, sem ver, posso ver com os olhos da mente": Esta frase destaca o poder da mente na criação de imagens e conceções, permitindo a perceção de algo que não está fisicamente presente, como o florescimento de uma rosa.
"A visão é alterada por sentimentos fortes": Estabelece-se aqui uma analogia entre os sentimentos que influenciam a perspetiva humana e o processo de crescimento de uma flor, enfatizando a mutabilidade e a criação.
Cada frase foi apresentada com distintos tipos de letra e em cores neutras como branco e preto, contribuindo para uma estética sofisticada e coerente. Como toque final, foram adicionados grafismos na cor branca, ao contorno da rosa, reforçando visualmente o conceito de que a flor é uma criação da mente, não uma presença física. Esta abordagem permitiu criar uma peça multimédia que transcende a representação simples, explorando os limites entre o visível e o imaginário.
