Self(ie) é a minha primeira experimentação com vídeo performance e pintura. Ela é o resultado de processos que venho passando de auto conhecimento e de auto análise, onde questiono minha identidade. A concepção veio de uma provocação de Olga Wanderley, professora da disciplina Estudos do Corpo e da Performance, da especialização em Cultura Visual: Fotografia e Arte Latinoamericana.

A ideia é simples: uma tentativa de capturar a minha auto imagem, interpretar o que eu vejo no espelho. O título faz referência aos conceitos de self da psicanálise e às fotos que tiramos de nós mesmas; as selfies.

Essa experiência foi um grande desafio, visto que eu saí da minha zona de conforto, me arriscando com linguagens que eu nunca havia experimentado antes.

Foram três horas me pintando, não vi o tempo passar, esqueci a câmera, e não senti nada que não fosse a atenção plena no processo. Foi muito especial a experiência de conseguir dar um passo pra trás, não pensar, e deixar o meu inconsciente fazer as escolhas. O que é basicamente o princípio do automatismo como fazer artístico: suprimir o controle consciente sobre o processo de criação.

Acredito que essa performance marca um novo momento nos meus processos criativos, uma expansão talvez.