Duarte Campilho's profile

Arranjos Ext. do Forte de S.João (2022, Esposende)

Arranjos Exteriores Forte S.João Batista (Esposende, 2022)
Vista aérea 3D da cobertura ajardinada do Aquário Proposto para o Forte de S.João Batista de Esposende e áreas verdes envolventes com vegetação adaptada às condições da linha de costa.

O Forte de S. João Batista em Esposende, relativamente ao projeto de arranjos exteriores, prevê-se uma cobertura ajardinada para a nova área edificada do aquário proposto, revestida por diferentes tipos de Sedum spp., espécies altamente resistentes às condições adversas da linha costeira.
Apresenta também uma área sensível pertencente à Rede Natura 2000, inserida no Parque Natural do Litoral Norte, classificada no POC – CE (Programa da Orla Costeira – Caminha Espinho) como Faixa de Proteção Costeira, pelo facto de desta fazerem parte ecossistemas estruturantes do sistema biofísico costeiro e albergar habitats de elevada importância da biodiversidade marinha, como bancos de areia ou recifes, desempenhando uma função essencial na proteção costeira e preservação da aptidão das praias para atividades balneares. Por este facto foi identificada em projeto uma área de Proteção e de Consolidação Dunar, em que a intervenção será mínima, focando-se na eliminação de espécies invasoras como o caso do salgueiro-das-praias (Carpobrotus edulis) e substituição da mesma por espécies dunares pioneiras, como o cordeirinho das praias (Otanthus maritimus), o feno-das-areias (Elymus farctus) e o estorno (Ammophila arenaria), potenciando o desenvolvimento e estabilização do sistema dunar e a manutenção dos habitats costeiros.
Quanto à restante área, já do lado interior do forte foi pensada de modo a proporcionar zonas pontuais de estadia, zonas mais abertas de estadia em prado de sequeiro e o uso de espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas adaptadas à proximidade do mar, como a Ammophila arenaria (Estorno), o Otanthus maritimus (Cordeirinho das praias),  o Helichrysum italicum (Perpétua-das-areias), o Salix repens (Salgueiro anão), a Pistacia lentiscus (Aroeira), a Corema album (Camarinha), a Lavandula pedunculata (Rosmaninho-maior). Relativamente aos arbustos de maior dimensão, foram escolhidas as seguintes espécies: o Tamarix gallica (Tamargueira), o Pittosporum tobira (Pitosporo) e o Meterosiderus excelsa (Meterosídero). A árvore escolhida foi o Pinus pinea (Pinheiro manso), não só pela ampla sombra formada e adaptação às condições da linha costeira, mas sobretudo pela forma escultural da sua silhueta, associada harmoniosamente às muralhas construídas entre o Séc. XVII e o Séc. XVIII e o novo edifício. O desenho das manchas arbustivas segue uma forma orgânica, de modo a se integrar na envolvente com vegetação autóctone costeira, num contexto de cordão dunar e área de laguna de elevado valor ecológico, a preservar e a recuperar.
 A escolha das espécies foi pensada de modo a tornar os espaços exteriores deste Forte de manutenção muito reduzida, não só pelas baixas necessidades hídricas da vegetação elencada, presente cordões dunares portugueses, plantas autóctones do litoral Norte português, capazes de complementar o reforço natural da linha de costa, fustigada pela erosão do marítima desde as últimas décadas até à atualidade.
Pretende-se que ao nível da plantação do estrato arbustivos, estes sejam plantados seguindo uma lógica de quincôncio, de modo alternado e triângulo, de modo a conseguir um revestimento de solo mais efetivo com o cruzamento da folhagem dos elementos arbustivos.
Quanto ao compasso de plantação da lista de arbustos designada por “Arbustos pequenos”, enquanto que as espécies Salix repens e Pistacia lentiscus seguem um compasso de plantação de 1 un / m2, dado o seu crescimento potencial ser mais elevado, as restantes espécies são propostas com um compasso de plantação de 4 un / m2, de modo a potenciar uma maior efetividade na estabilização dunar.
Todas as plantações devem ser realizadas com cuidado, de modo a não danificar a vegetação existente de interesse ecológico, espécies autóctones dunares, e acrescentado composto orgânico a cada cova de plantação, dadas as características arenosas dos solos presentes e a potenciar o desenvolvimento saudável da vegetação. Quanto aos arbustos a plantar, deve ser acrescentado um bom de composto orgânico de qualidade com micro e macronutrientes incluindo substâncias que promovem o enraizamento, numa quantidade de 0,5kg  em cada cova de plantação, de modo a melhorar o vingamento dos espécimes vegetais a plantar. Já no caso das árvores, deve ser acrescentados 5kg do mesmo tipo de composto orgânico e realizada uma boa cova de plantação para descompactação do solo e melhoramento do solo para um melhor desenvolvimento das raízes das mesmas, potenciando um crescimento efetivo dos elementos arbóreos, fustigados neste caso concreto por ventos fortes, salsugem e sol intenso, típico das zonas costeiras.

   O presente projeto foi elaborado enquanto parte da equipa projetista da VHM- Coordenação e Fiscalização de Obras S.A., em que desempenhei a função de Arquiteto Paisagista, sendo o projeto propriedade intelectual da empresa, tal como as vistas 3D do projeto que foram executadas pela sua equipa de Modelação 3D.


   For the S. João Batista Fort in Esposende, in terms of the landscaping project, a landscaped roof is planned for the new built area of ​​the proposed aquarium, lined with different types of Sedum spp., species highly resistant to the adverse conditions of the coastline .It also features a sensitive area belonging to the Natura 2000 Network, inserted in the Natural Park of the North Coast, classified in the POC - CE (Coast Coast Program - Caminha Espinho) as a Coastal Protection Range, due to the fact that it includes structuring ecosystems of the biophysical system coastal zone and host habitats of high importance for marine biodiversity, such as sandbanks or reefs, playing an essential role in coastal protection and preserving the suitability of beaches for bathing activities. For this reason, an area of ​​Protection and Consolidation of Dunes was identified in the project, in which intervention will be minimal, focusing on the elimination of invasive species such as the beach willow (Carpobrotus edulis) and its replacement by species pioneering dunes, such as the beach lamb (Otanthus maritimus), the sand hay (Elymus farctus) and the sandstone (Ammophila arenaria), enhancing the development and stabilization of the dune system and the maintenance of coastal habitats.As for the rest of the area, on the inside of the fort, it was designed to provide specific areas for stay, more open areas for stay in dryland meadows and the use of herbaceous, shrub and tree species adapted to the proximity of the sea, such as Ammophila arenaria (Estorno), Otanthus maritimus (beach little lamb), Helichrysum italicum (Perpétua das Areias), Salix repens (Dwarf Willow), Pistacia lentiscus (Aroeira), Corema album (Camarinha), Lavandula pedunculata (Rosmanine-greater). Regarding the larger bushes, the following species were chosen: Tamarix gallica (Tamarisk), Pittosporum tobira (Pitosporo) and Meteorsiderus excelsa (Meterosidero). The tree chosen was Pinus pinea (Stone pine), not only because of the ample shade it forms and its adaptation to the conditions of the coastline, but above all because of the sculptural shape of its silhouette, harmoniously associated with the walls built between the 17th and 19th centuries. XVII and the Century. XVIII and the new building. The design of the bushy patches follows an organic form, in order to integrate into the surroundings with native coastal vegetation, in a context of dune cord and lagoon area of ​​high ecological value, to be preserved and recovered.

   This project was designed as part of the design team at VHM-Coordenação e Fiscalização de Obras S.A., where I worked as Landscape Architect, with the project being the company's intellectual property, as well as the 3D views of the project that were executed by its team of 3D Modeling.
Planta Geral de Arranjos Exteriores

Landscaping Masterplan
Arranjos Ext. do Forte de S.João (2022, Esposende)
Published:

Arranjos Ext. do Forte de S.João (2022, Esposende)

Published:

Creative Fields