O intuito desse estudo foi criar um espaço, no caso uma ecovila onde os usuários tenham o máximo de conforto possível, juntamente com a praticidade e sustentabilidade. Sendo através de um método de vida funcional e alternativo, que seria a permacultura.
Além da super ocupação, o desequilíbrio nesses dois pontos gera mudanças cruciais para a vida populacional, sendo, pela grande concentração de utilização dos recursos naturais, ocasionando uma degradação ambiental envolvendo a falta ou escassez de alimentos de qualidade por exemplo.
A arquitetura muitas vezes consegue amenizar os impactos e desconfortos gerados por diversos fatores negativos, sendo problemas ambientais onde o usuário não tem espaço para plantar seus alimentos por morar num apartamento, a arquitetura auxilia esse usuário para a melhoria nessa questão. Então…
Aí que entra a permacultura, onde a integrando com a arquitetura haverá muito mais resultado.
Essa é a flor da permacultura criada como símbolo por Bill Mollison e David Holmgren. Que são considerados os pais da permacultura. Ela engloba três principais elementos, onde encontra-se cuidar da terra, das pessoas e do futuro, dentro desses três elementos temos os 12 princípios, que são gerados por esses elementos e foram utilizados como guia para a elaboração desse projeto.
Todos esses princípios se completam, gerando harmonia entre eles e também com a natureza.
Dentre eles temos princípios como captar e armazenar energia, integrar ao invés de segregar, usar e valorizar a diversidade, entre outros.
Então, cada um desses princípios foram implantados na criação da proposta.
Levando em consideração os princípios abordados, o conceito do projeto está relacionado a reconectar os moradores a natureza e seus elementos, gerando automaticamente o bem estar e qualidade de vida.
Aplicando as práticas da permacultura nas residências e demais espaços, criando espaços de lazer e convívio, espaços de recreação e apreciação da natureza. Fazendo o usuário ter contato com o plantio de seu próprio alimento e assim se sentindo em casa estando em qualquer ponto da vila.
Com isso, cada morador se sentirá mais conectado à natureza e mais feliz por fazer algo ao planeta e também para os demais moradores e as novas gerações.
O sítio escolhido foi a cidade de Sao Bento do sul, localizada no alto do vale rio negro, ao norte de santa catarina. Contendo aproximadamente 86 mil habitantes atualmente.
A cidade contém saída para Campo Alegre, Joinville. Piên, Rio negrinho e corupá.
Sendo assim, tendo como cidade trabalhada a de São Bento do sul, foi feito um levantamento de dados e análises entre dois lotes, ambos estão em áreas dentro do perímetro urbano, onde o lote número 1 está localizado no Bairro Brasília, a 400 metros da SC-418. Fazendo frente para a rua das margaridas e contendo 180 mil m 2.
Já o lote número 2, que também é próximo ao terreno anterior e a SC-418, está localizado na Estrada Serrinha Gatz, no bairro Centenário, muito próximo ao limite territorial da cidade com Campo Alegre. O terreno contém 150 mil m2.
Dentre eles, ambos são próximos aos serviços essenciais como hospitais, postos de saúde e mercados, por exemplo. O motivo principal da escolha foi a localização do lote, juntamente com sua topografia e zona onde está localizado, que seria o lote número 1.
Aqui temos a setorização por manchas de cada atividade que será realizada e implantada no projeto, já com estudo das curvas de nível e características do lote.
Onde temos a área verde clara representada com ícone de árvores para demonstrar espaço de bosque, que também é voltado a área de preservação da natureza.
As manchas laranjadas, representadas por ícones de residências, foi destinada ao espaço residencial, havendo pontos na área central e da frente do lote.
Manchas rosas destinadas ao uso coletivo, ou seja, aos espaços de lazer e confraternização. Envolvendo também pontos para apreciação da natureza. Representada por uma bicicleta como símbolo de lazer
Área azul clara destinada ao lago, onde já existia uma passagem de água natural.
Já a região azul escuro, foi posicionado painéis solares para a captação e armazenamento de energia para quando necessário
O espaço com a cor rosa claro, representado por um ícone de plantio, é destinado às práticas da permacultura, onde será posicionamento das estufas e minhocários, por exemplo.
Por fim, os traços em preto indicam as ruas da vila, onde representadas por um portão temos o acesso ao terreno.
Ao lado direito tenho uma ilustração do percurso do sol com relação ao lote, também representando a direção dos ventos predominantes, ambos levados em consideração ao posicionamento das aberturas e locação das residências ao lote
Aqui temos a implantação geral detalhada, onde percebe exatamente o percurso das ruas , se moldando nas curvas de níveis com menor aclive ou declive possível, amenizando o impacto e alterações na topografia do lote.
A implantação foi dividida em 4 setores sendo o primeiro voltado ao residencial, tendo logo em seguida o setor da permacultura como 02, o 03 voltado para as atividades de contato com a natureza, apreciação e integração com os demais moradores.
Por último, como setor número 04 temos a área de preservação permanente, destinada ao uso de bosque aos usuários.
Falando um pouco de cada setor, o número 1 que seria residencial está posicionado em dois pontos do lote, onde cara residência foi posicionada de maneira com que não houvesse modificações no terreno. O posicionamento das residências em maior quantidade na área central foi pensado pela distância das vias e da entrada da vila, pela redução dos ruídos e pela proximidade com o grande volume de área verde aos fundos do lote.
Enfim, a permacultura é isso, vai além da plantação do seu próprio alimento, aborda questões sociais, econômicas, ambientais e de convívio com os elementos fornecidos pela natureza.
Na minha singela opinião, se cada um pensasse um pouquinho mais voltado à permacultura, conseguiríamos reduzir os impactos causados ambientalmente nos últimos tempos.
