Escola de Ensino fundamental
Arquitetura II | CAUUFPR | 2013
Autoras: Amanda Dalla-Bona Nascimento | Maria Hermínia Ziemann Wendt
Imagens 3d: Thiago Augustus
Em um terreno localizado no bairro Rebouças está localizada esta instituição educacional pública. O bairro, que à época do surgimento da cidade de Curitiba era afastado e, por isso, abrigava atividades industriais, hoje é próximo da região central agora expandida. Por esse motivo, a paisagem do Rebouças vem sendo modificada e novos equipamentos públicos são requisitados ali.
A área de intervenção do projeto encontra-se adjacente ao Estádio Durival Britto e Silva e à Praça Plínio Tourinho, importante equipamento esportivo da cidade. Duas condicionantes do terreno foram determinantes na definição do partido arquitetônico: a forma alongada norte-sul e a pré-existência de uma massa vegetal central, além do limite leste ter vista para o Rio Belém. Desde o início o objetivo foi criar uma escola espaçosa e arejada, aberta e sensível ao seu entorno urbano. Por isso, optou-se por fazer o acesso principal pela margem revitalizada do rio, onde os alunos, pais e funcionários possam adentrar a escola protegidos pela grande marquise que permeia o bosque e une todos os programas. Em um único gesto, a marquise hora se estreita, hora se alarga, adaptando-se aos troncos das árvores e proporcionando diferentes nuances de sombra.
O lote tem aproximadamente 18.000m² e, em razão disso, a escola é mais um complexo do que um edifício, com o intuito de dar vivacidade permanente a todo o espaço e dividir claramente os programas que abrem durante o final de semana (ao sul) daqueles que estão em funcionamento apenas nos dias úteis (ao norte).
Esse zoneamento funcional resultou volumetricamente em três lâminas, além de um edifício esportivo e cultural. Os setores pedagógico, de coordenação de ensino, administrativo e de apoio às aulas, como biblioteca, laboratórios e salas multimídia se desenvolvem nas três lâminas, as quais são conectadas entre si no nível do 1º pavimento através dos elementos-chave de expressão do projeto: as passarelas treliçadas. Por elas é realizada a circulação horizontal, na qual o usuário vivencia o bosque pelas das esquadrias de vidro.
A abundância de luz natural do edifício esportivo e cultural é proporcionada pela pele de policarbonato fixada na estrutura metálica treliçada que faz o fechamento, ou parcial fechamento, de todos os lados. O programa do auditório foi atendido sob a proposta de uma caixa dentro de outra caixa. Para que pudéssemos prosseguir com o material translúcido da quadra coberta, o policarbonato incolor, aplicamo-lo na caixa externa, a qual permitia maior liberdade. A caixa interna abriga os espaços de palco, plateia, camarins, depósito e sanitários e é puramente funcional, dotada de materiais para isolamento acústico.
