Em 2014, fui selecionada para participar do Curso Abril de Jornalismo. Na programação, além das palestras e do desenvolvimento de um projeto de conclusão, havia também o estágio em uma das redações da Editora Abril. Como possuo conhecimentos em jornalismo de banco de dados, tive a oportunidade de colaborar e acompanhar o trabalho dos profissionais do site Brasil Post. Nos cinco dias em que que estive por lá, produzi listas sobre variados assuntos. Na matéria denominada “Os 10 piores estados do Brasil para ser negro, gay ou mulher”, foram publicadas duas.
A lista sobre a violência contra mulher foi elaborada a partir de dados do IPEA. Já a enumeração dos piores estados para ser negro foi feita mediante consulta do relatório “O Mapa da Violência no 2012 - A Cor dos Homicídios no Brasil”. Em ambos trabalhos utilizei fundamentos do datajournalism. Após a segunda lista, para conhecimento de todos e sugestões, enumero as ferramentas e os passos para construção de conteúdos semelhantes.
1º Passo - Busca por documentos. Por meio da busca avançada do google, encontrei o seguinte site: http://www.mapadaviolencia.org.br/. Ao explorá-lo, descobri este relatório: http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_cor.pdf.
2º Passo - Análise. Ao lê-lo, soube que havia inúmeras formas de mensurar a descriminação racial. Uma delas era a quantidade de negros e negras assassinadas. Uma tabela na publicação informava o número de homicídios em cada uma das 27 unidades federativas. A informação era boa, o único problema era o formato do documento: pdf.
3º Passo - Raspagem de dados. Tentei em vão converter para .xls a página em que havia a tabela. Depois de receber dezenas de email do Zamzar, percebi que a listagem era uma figura, parecia ter sido escaneada. Sem possibilidade de conversão, coloquei manualmente os dados no excel.
4º Passo - Checagem e texto de abertura. Após a tabulação, conferi se havia transposto as informações corretamentes. Tudo certo. Por último, fiz o lead da lista. Enviei para minha supervisora todos os documentos que utilizei e gerado, pois aprendi com Sandra Crucianelli que tão importante quanto as informações publicadas são os caminhos percorridos para encontrá-las.
