Essa é uma tradução em decassílabos que valoriza a sonoridade e métrica originais do poema.
Ozymandias
Disse-me um estrangeiro viajante:
"Duas grandes pernas de pedra sem tronco
Erguem-se no deserto... A areia adiante
Guarda, meio enterrado, um rosto bronco
Que o lábio frio e o escárnio comandante,
Leu com maestria o artista que os cunhou,
Na pedra, escapam das naturais leis
Mão que esculpiu e peito que engendrou;
E em vão o pedestal assim recobra:
"Meu nome é Ozymandias, Rei dos Reis;
Olhem, Gigantes, e temam minha obra!"
Nada ali permanece. No monte
De colossais destroços, apenas sobra
Areia plana e nua no horizonte."