Após ser sequestrada por Hades e forçada a viver no submundo por muitos anos, Perséfone guardava para si uma memória do mundo ao qual um dia desfrutara a viver: um pomo, uma maçã… um elemento tão belos quanto a criadora. Contudo, ela não se permitia provar daquele desejo de consumi-lo, uma vez que bastava uma mordida para ele se desfizesse e nenhuma outra lembrança do que um dia foi sua casa restasse.

Anos se passaram, e o desejo de provar do fruto continuava a arder intensamente dentro da Deusa, até que um dia seu tão amante por obrigação devorou a dádiva que restava do outro mundo. 

Agora, o único sentimento que ardia dentro de Perséfone era vingança, e assim ela criou uma mesma fruta a partir da baba de Cérbero
dosada a uma quantidade de veneno capaz de cegar o Deus do inferno enquanto ela continuasse a produzir. Então, todas as noites ela criava a fruta e deitava exultante sob tecidos reluzentes.
E essa é a minha perspectiva de um escorpiano sobre tela.