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RECRUTAMENTO: DIVERSIDADE E INCLUSÃO NAS EMPRESAS

RECRUTAMENTO: DIVERSIDADE, INCLUSÃO E A QUEBRA DO STATUS QUO

A diversidade tem sido tema de discussões e debates dentro da sociedade atual, de forma a pensar em uma maior igualdade social entre as pessoas. Esses questionamentos têm sido levados também para dentro das empresas, gerando uma enorme barreira quando o assunto é a inclusão.

Isso leva as pessoas a pensarem que diversidade e inclusão, são sinônimos dentro de uma organização, quando na realidade elas apenas conversam entre si. A diversidade é a oferta de oportunidades para todos, mas a inclusão é o processo em que além das oportunidades, sejam ofertadas as ascensões dentro daqueles cargos para que todos cresçam igualmente.

Inclusão é ação, e para tal, a mudança é necessária principalmente porque se abarca diversos tipos de visões e realidades diferentes, fazendo com que haja uma maior produtividade e lucratividade para a empresa.

Mulheres, negros, indígenas, PCD e ex-presidiários, fazem parte dessa minoria dentro das corporações, estas que são dominadas por homens brancos. Para termos a noção da tamanha desigualdade, segundo uma pesquisa feita pela empresa Robert Half (sua segmentação é voltada para o recrutamento), apenas 5% dos cargos de direção nas empresas brasileiras, são dominadas por mulheres.

É necessário que as empresas criem um movimento voltado para a diminuição do preconceito e da desigualdade entre seus colaboradores e gestores. E neste artigo, vamos te mostrar como fazer a prática acontecer na contratação e sua tamanha relevância no âmbito coorporativo.

O que é a diversidade?

Quando nos referimos à contratação pela diversidade, há um estigma carregado de pré-conceitos. Diante da nossa realidade, existe um cenário em que certos pensamentos não são mais aceitos e muito menos permitidos. É preciso readequar o pensamento quanto à alguns valores antiquados e entender que cada indivíduo é único, e que a diversidade é um conjunto de características que representam e diferenciam um ser ou um grupo.
Alguns exemplos:
- Gênero;
- Orientação sexual e religiosa;
- Costumes;
- Raça/ etnia;
- Pessoas com deficiência;
- Idade;
- Histórico de vida (como ex- presidiários);
- Naturalidade.

São essas características inerentes ao ser humano, e é recorrente retornar à um certo padrão no momento da contratação.  O que devemos compreender, é a pluralidade humana e não julgar através de um senso comum pré-estabelecido.
Portanto, se faz de extrema urgência que as empresas adotem políticas para a contratação destinadas às pessoas presentes nessa minoria e que lhes incorporem, de forma equilibrada, ao seu time de colaboradores.

A relevância de contratar guiado pela diversidade

Um levantamento feito pela McKinsey em 2017, aponta que as empresas que tem maior diversidade de gênero, por exemplo, têm a propensão de uma lucratividade 21% acima da média.

E isso é equivalente para diversos exemplos como a diversidade étnico-cultural, que tem uma propensão de 33% de lucratividade (2014).

Ainda sobre a pesquisa feita, foi apontado que por conta das diversas facetas culturais na empresa, ocorre uma melhora na performance e no relacionamento com o cliente, há atração de melhores talentos e o desempenho na tomada de decisões, é mais eficiente.

Já de acordo com a pesquisa feita em um artigo publicado no Congresso Nacional de Excelência em Gestão (2015), foi demonstrado que as instituições que investem em diversidade alcançaram um resultado de alta de 53% na produtividade, o que é um dado preocupante, já que as que não investem estão perdendo espaço pra concorrência.
É o momento de reestruturar as organizações e hierarquias.

A reestruturação das políticas e da cultura da empresa

Antes de mudar externamente e iniciar uma contratação mais enviesada, é necessária uma modificação interna. Isso envolve as políticas da empresa (para caso de preconceito ou assédio), a cultura (ressignificação daquilo que já existe e colocando como um dos grandes princípios, a igualdade) e a experiência dos colaboradores.

Para tanto, existem algumas formas de reorientar os rumos da corporação e tudo começa com a criação de um comitê especifico pra cada área (LGBTQIA+, mulheres, PCD, raciais, entre outros) afim de discutir e implementar políticas e assuntos sobre as determinadas áreas dentro da organização.

O grande objetivo desses comitês é quebrar o status quo que foi implementado pela sociedade através da informação e do diálogo entre os colaboradores e gestores.
É de grande valia, manter a cultura da empresa alinhada com a cultura da diversidade, pra isso, recomendamos que a missão e os valores sejam revistos, assim como a atual política. Torna-se menos complicada essa união, quando é feita junto aos líderes que compõem as áreas das empresas, direcionando adequadamente as ações para as equipes.

E claro, as mudanças não se limitam apenas à imagem e cultura, mas também é importante as mudanças físicas (para melhor locomoção de PCD e idosos). O ambiente interno deve ser adaptado e pensado com muita cautela.

Já sobre o ambiente externo, a comunicação também é muito importante. Comunicar aos fornecedores, clientes e o restante da comunidade sobre a mudança que irá ocorrer é necessário para manter os negócios (por exemplo, vincular seu produto à um ex-presidiário é de grande responsabilidade) e melhora a imagem da empresa (a área de marketing é fundamental nesse processo).

Ações importantes para a inclusão
Combinar a reestruturação das políticas e da cultura da empresa com ações significativas para a real D&I (diversidade e inclusão), é o que fará a mudança ocorrer. Trouxe então, algumas das ações que podem auxiliar.

Vagas exclusivas: limite as vagas para as pessoas que desejam incluir na empresa.
Questionário de perfil e evolução histórica: é preciso manter um questionário de perfil auto declaratório, já que há uma movimentação interna, de forma que há sempre uma mudança de perfil.
Ações educativas: palestras, rodas de conversa, newsletter interna, – são alternativas pra manter toda a equipe em sintonia com a cultura da diversidade.
Grupos de afinidade: um grupo onde as pessoas se identificam através de vivência ou características dentro do ambiente de trabalho é importante para o acolhimento de todos.
Guia de conduta e ética: manutenção da salubridade do ambiente de trabalho e proporcionar um ambiente seguro para todos os envolvidos.
Protocolo para casos críticos: uso das plataformas para resolver e atender casos sérios como assédio e discriminação.

A cultura da diversidade na prática da empresa

A partir da compreensão de toda a temática de D&I, conseguimos depreender a importância tanto social quanto gerencial de sua aplicação. E as consequências são as que conhecemos aqui neste artigo: produtividade, engajamento e lucratividade.
E isso é demonstrado não apenas nos dados, mas também com alguns exemplos tangíveis.  

Um desses grandes exemplos, é a Goldman Sachs. A multinacional anunciou recentemente que irá auxiliar em IPO apenas as empresas que tenham, no mínimo, uma mulher na administração.

De acordo ainda com a pesquisa da McKinsey, as empresas que investem em diversidade de gênero, tendem a ter os resultados 15% acima da média de seus concorrentes diretos.

Além do banco norte-americano, algumas outras grandes empresas e marcas apoiam e utilizam a diversidade na prática: a PepsiCo, o Grupo GPA (Casas Bahia, Ponto Frio, Assaí e Pão de açúcar), Sodexo, Ernst e Young e Johnson & Johnson. São estes exemplos em diversidade de gênero, LGBTIQA+ e étnico-racial.

Portanto, quando pensamos em uma diversidade no ambiente de trabalho e em uma maior heterogeneidade, não apontamos apenas a sua grande importância às causas sociais, mas principalmente sua importância em ter pessoas com vivências e pensamentos diferentes dentro da empresa. Comprovadamente, há uma alavancagem maior e uma melhoria de performance em companhias que adotam a diversidade dentro de sua cultura operacional.

Ao adotar a diversidade nas organizações, além de contribuir para um mundo mais igualitário e agir pensando em um coletivo, de acordo com as pesquisas, há também uma produtividade muito maior.
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