Este projeto consiste na junção do mundo das artes plásticas (José Lourenço) com o mundo da música (João Borges) e resulta numa resposta de apropriação ou até mesmo crítica a Jackson Pollock. Este projeto é o culminar de uma obra de artes performativas por cima de um instrumental composto por mim.

Toda a música foi criada propositadamente para ser interpretada como uma espécie de apropriação (ou homenagem) ao trabalho de Jackson Pollock. E após criada juntamente com o artista, esta foi a análise que decidimos tirar da obra musical.

A entrada longa da bateria remete para o fundo da tela porque ao mesmo tempo que é esta que inicia a obra musical, este fundo acaba por fazer metaforicamente um fundo para a obra artística também, sendo este fundo pintado com um spray de tinta azul para melhor facilidade e rapidez no preenchimento da obra.
De seguida entra o vibrafone e o piano que como referido antes são o corpo da obra, a harmonia, e acabam por fazer a base da música juntamente com a bateria, seguindo esta análise, para dar um pouco de cor ao fundo que existia, foi utilizada a cor azul escura, que terá sido pintado com um rolo ensopado de tinta acrílica.
Posto isto, depois existe a entrada do quarteto de cordas aos quais foi atribuído a cor preta, pois preto significa a ausência de luz e justiça metaforicamente os sons destes instrumentos que embora estejam presentes não se destaquem tanto como os outros, estes foram carimbados com uma esponja coberta de tinta acrílica.
Nesta caminhada para o tema, existe a entrada do saxofone que ficaria com a cor de rosa devido ao seu destaque, pois entra a fazer a melodia e o spray também preenche muito mais facilmente a obra o que demonstra também a importância deste instrumento.
Antes do tema temos durante poucos compassos, temos novamente com spray um glockenspiel que é a luz desta tonalidade menor e sombria, sendo esta branca.
Entrando para o tema temos o saxofone a sobressair-se ainda mais que anteriormente e com isto a lata é aberta de forma inconvencional para haver maior extração da tinta relacionando-se esta com o êxtase adquirido com neste tema.
Para finalizar o tema mudou devido à entrada de um solo de piano que mais tarde torna-se acompanhamento e o ritmo da música muda com esta. É aqui que o nome de Pollock faz sentido porque o artista faz uma solução aquosa com as tintas na qual faz a sua espécie de dripping com o intuito de misturar esta harmonia do piano e o solo de saxofone. O saxofone acaba por continuar da cor rosa enquanto o piano muda para amarelo pois esta acaba por ter o seu momento para brilhar também.

Ambas as partes performativas e musicais da obra acabam por se integrar numa só obra e obter o nome de “Who’s Pollock”, pois este é sarcástico e questiona o conhecimento da existência do artista a quem nós roubamos o estilo e a ideia.

Instagram do artista plástico: @artistofdacentury