A banca NC-UFPR deve sofrer com processo administrativo por quebra de contrato

Dânilla Araújo

A prova da Polícia Civil do Paraná que estava prevista para acontecer neste domingo, 21, às 13h:30 , em 350 lugares de Curitiba e 19 locais em outras cidades do estado, foi suspensa horas antes da realização do evento.
O comunicado de suspensão da prova foi publicado pela banca organizadora, no site da Universidade Federal do Paraná, na madrugada deste domingo, às 5h42.
Em nota, a banca alegou que “na última checagem realizada na madrugada” teria que suspender a prova por “ausência de requisitos indispensáveis de SEGURANÇA”.

O concurso que era tão esperado por concurseiros paranaenses e de outros estados brasileiros indignou mais de 100 mil candidatos que tiveram seus sonhos adiados e investimentos perdidos, devido a suspensão instantânea da prova .
O candidato Luciano Matos, que concorria a vaga de delegado da Policia Civil, publicou, em suas redes sociais, um vídeo mostrando sua indignação com a desorganização da a banca. 


O comunicado inesperado da banca não surpreendeu somente os candidatos, como também a Policia Civil e o Governo do Estado do Paraná. A Policia Civil se pronunciou dizendo :
“A Polícia Civil do Paraná (PCPR) informa que, assim como os candidatos, também foi surpreendida, na madrugada deste domingo (21), acerca da decisão tomada pelo Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (NC-UFPR) de suspender a aplicação das provas agendadas para esta data.
A PCPR informa, ainda, que imediatamente encaminhou ofício ao NC-UFPR requisitando os motivos ensejadores da medida adotada pela Banca contratada, pois, até então, era reportado por esta sobre a plena viabilidade de aplicação dessas provas. A retomada do andamento desse concurso é muito aguardada pela Instituição Policial Civil e pela sociedade paranaense, na medida em que visa a recomposição urgente do deficitário quadro de servidores para atender as demandas de área essencial, que é a segurança pública.’’

O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Silvio Jacob Rockembach, alegou ter se reunido com a coordenação do NC-UFPR, no sábado (20). Segundo Rockembach, a coordenação do NC-UFPR garantiu que as provas seriam aplicadas e que o núcleo não sinalizou anteriormente a suspensão do concurso público. O delegado ainda afirmou que a suspensão da prova foi unilateral. 

A banca NC-UFPR, que também é a organizadora do concurso da Polícia Militar do Paraná, previsto para o dia 28 de março, deve sofrer com processo administrativo por quebra de contrato. Além de indenização no limite da Lei 8666/93, o processo poderá acarretar também o impedimento do núcleo de contratar com o Governo do Estado do Paraná por dois anos.
Durante essa semana, na quarta-feira, a banca já se mostrava desorganizada em relação ao ensalamento. Faltando três dias para a prova acontecer, o NCFPR publicou um esclarecimento informando aos candidatos a data para a publicação do documento oficial dos locais para a realização da prova, sendo essa prevista para o dia 19 , porém a banca não seguiu o cronograma e publicou somente na manhã de sábado (20), um dia antes do exame, uma nota esclarecendo que o comprovante de ensalamento seria publicado em breve. No documento a banca não informou a data e horário. Porém, no mesmo dia, minutos depois, os candidatos puderam ter acesso ao documento oficial de ensalamento.

O governador do Estado, Ratinho Junior , também se posicionou em suas redes sociais e se mostrou surpreso e indignado com a irresponsabilidade da banca , dizendo:
“É inaceitável que mais de 100 mil candidatos tomem conhecimento horas antes do concurso. Concursandos de todo o país se deslocaram para Curitiba e região para realizar o concurso. Não compactuamos com esse desrespeito. Nossa Policia Civil já cobrou os devidos esclarecimento dos fatos e os culpados serão responsabilizados.’’
Texto jornalistico
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