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USO DE ANIMAIS TERAPÊUTICOS ESBARRA NO PRECONCEITO
Falta de conhecimento e aceitação dificultam o trabalho de profissionais da área

Realizada por cães, gatos, cavalos, coelhos e até golfinhos, a Terapia Assistida por Animais (TAA) pode auxiliar no tratamento de diferentes distúrbios e deficiências. Apesar da comprovação científica dos benefícios para os pacientes, a TAA ainda esbarra na falta de conhecimento de algumas pessoas, que enxergam com maus olhos o uso de animais dentro de hospitais ou de espaços fechados, com crianças e pessoas doentes.

Em Maceió, o projeto Focinhos Terapeutas tenta desconstruir essas concepções, realizando o trabalho há cinco anos. Tudo começou como um projeto de extensão do curso de Educação Física, no Cesmac, idealizado pela professora Maja Kraguljac, utilizando cães para auxiliar nos exercícios com pessoas obesas na clínica de Nutrição da instituição.

“Acompanhei alguns casos de doença na minha família, decidi pesquisar e vi na prática como o animal pode trazer benefícios. Quando cheguei a Maceió, vi a oportunidade de desenvolver trabalhos nessa área a partir de um edital lançado pela faculdade. Como sou professora da Educação Física e da Medicina Veterinária, comecei os atendimentos junto com alguns alunos. Usamos metade do ano de 2011 para estudar e estruturar o projeto”, conta a coordenadora.

Lucas Fittipaldi, que hoje atua na área de saúde mental pelo SUS, participou como voluntário do projeto três anos atrás, auxiliando crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “A TAA estava sendo introduzida no cenário das tecnologias em saúde e houve muita resistência por parte dos pais, que temiam pela segurança das crianças e por medo de contaminação. Trabalhávamos exclusivamente com cães e todos eram treinados e devidamente higienizados para a participação nas atividades”, explica.
A atividade é complementar, sendo mais uma no acompanhamento que as crianças recebem em sua rotina normal de atividades, com profissionais da área da Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Pedagogia, Psicologia e Educação Física.

“Os benefícios psicológicos estão atrelados à presença do animal terapeuta, que deixa o paciente mais tranquilo. Os animais não nos julgam, é aquilo que chamamos de amor puro, fora que eles proporcionam uma maior socialização com outras pessoas. Em relação aos benefícios fisiológicos, há uma melhoria na pressão arterial, desaceleração da frequência cardíaca, diminuição do cortisol, o hormônio do estresse e maior fluxo de endorfinas, os hormônios do bem-estar, liberados a partir do contato visual ou com o pelo do animal por, no mínimo, 15 minutos”, explica Maja Kraguljac.

Os animais terapeutas são de famílias que apoiam o projeto, dos voluntários e da própria coordenadora. Os cães têm acompanhamento veterinário contínuo com as clínicas parceiras e devem estar com a saúde sempre em dia para poder ter contato com os pacientes.

O maior problema hoje é a aceitação da terapia por pessoas de fora, que não têm conhecimento dos benefícios que ela pode trazer. Os pais das crianças que participam da terapia foram devidamente conquistados pelos animais e são os que mais apoiam, divulgando o projeto e convidando outros pais a levarem seus filhos.
Uma ajuda importante, uma vez que os resultados da TAA dependem muito do ambiente familiar e da rotina do paciente, no que se refere à alimentação, hábitos e frequência com que participa das atividades.

A interação do público com os animais se dá também por meio de eventos organizados pelo projeto. Na próxima quinta-feira (16), o Focinhos Terapeutas realiza um Mini Curso Teórico-Prático sobre Intervenções Assistidas por Animais no Autismo, no Auditório da OAB/ESA em Jacarecica.

Um passo à frente

Nos Estados Unidos, cães já entram em hospitais há mais de vinte anos e na Europa, as faculdades de Medicina e de Veterinária atuam juntas, na chamada One Health (Saúde Única). “Fora do país, já se considera que não há diferença em tratar saúde do ser humano e do animal. Em São Paulo, a TAA avançou muito nos últimos cinco anos, mas o resto do Brasil ainda está muito devagar com relação a isso”, conta a coordenadora do Focinhos Terapeutas.

Prova disso foi o projeto piloto realizado pelo Instituto Nacional de Ações e Terapia Assistida por Animais (INATAA), que utilizou cães na assistência de crianças refugiadas, vindas de Angola e do Congo, com o intuito de criar um ambiente receptivo nas casas de passagem em São Paulo.

Como acessar

A TAA tem sido eficaz no desenvolvimento físico, psíquico e social de quem participa, sendo utilizada por pessoas com esquizofrenia, deficiência visual, distúrbio de atenção e até insônia.

O projeto Focinhos Terapeutas realiza ações na Associação dos Amigos Autistas (AMA) e promove visitas pontuais em lares de idosos e orfanatos, levando um pouco de carinho e alegria para todas as idades.

Além disso, a terapia auxilia crianças com síndromes tanto ortopédicas como neurológicas, atua na prática de exercícios físicos com pacientes da clínica de Nutrição e trata também dos próprios funcionários do Cesmac, aliviando o estresse e promovendo o bem-estar.

O atendimento é gratuito e prestado às terças-feiras das 7h30 às 11h para os pacientes da Clínica Escola de Fisioterapia e das 13h às 14h para as crianças autistas. Ambos os serviços são realizados no Cesmac.
CRISE AFETA ATÉ O BATE-VOLTA DE SÃO JOÃO
O público que sai de Maceió nessa época está buscando alternativas para não deixar de curtir


O público que sempre saiu de Maceió para o São João de Caruaru ou de Campina Grande está buscando alternativas para não deixar de curtir os festejos juninos. A boa e velha “pechincha” é a alternativa para não perder a festa e as pessoas estão correndo atrás de descontos para gastar o mínimo e aproveitar o máximo.

“Antes as pessoas pediam desconto por irem em vários dias, hoje elas estão pedindo detalhes sobre a programação para saber qual o dia de maior interesse”, conta Keyner Miranda, sócio-proprietário da Partiu Excursões, empresa especializada em viagens do estilo bate-volta.

A procura pelo serviço das tradicionais excursões para shows teve uma queda significativa do ano passado para cá. As pessoas tentam juntar grupos para conseguir desconto nos valores, além de diminuir a própria despesa com o consumo de combustível em uma viagem de carro.

De acordo com Keyner, as principais saídas acontecem nas cidades de Maceió e Arapiraca, mas demanda está bem abaixo da esperada neste São João. “A crise afetou bastante o segmento, infelizmente”, disse.

Ao ponto de algumas viagens chegarem a ser canceladas por falta de interessados. A estudante Érica Rocha deixou de ir a Recife em março passado, em um bate-volta organizado por outra empresa, porque a viagem não atingiu o número mínimo de pessoas para poder ser realizada.

 “Acabei não indo porque a excursão não aconteceu, agora estou aguardando a programação do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) para ir pelo menos um dia”, explica Érica, que queria ver a banda Nação Zumbi neste bate-volta cancelado.

Keyner e Carlos Miranda

A agência Partiu Excursões surgiu no ano passado com o intuito de arrecadar dinheiro para o pai de Keyner, o jornalista Carlos Miranda, que está em tratamento, após ser diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em janeiro de 2015.

Os gastos mensais para suprir todas as necessidades do comunicador já chegaram a ultrapassar R$10mil, entre medicamentos pouco acessíveis, equipe de cuidados e equipamentos para melhorar sua qualidade de vida.

Além da agência, idealizada pelo filho do jornalista, colegas de profissão têm realizado bazares para arrecadar fundos e a família recebe doações para manter os cuidados em dia e evitar dívidas.

Conheça mais sobre a empresa acessando o site: www.partiuexcursoes.com.br
VOVÓS MODERNAS DEIXAM COZINHA E TRICÔ DE LADO E QUEBRAM PADRÕES

Habilidades com trabalhos manuais e maestria na cozinha parecem ser pré-requisitos contidos no “manual das avós” de todo o mundo. Porém, algumas delas sabem bem como quebrar esses e outros padrões, chegando a essa terça-feira (26), Dia dos Avós, com uma programação bem diferente do que ficar sentada esperando a visita dos netinhos.

Primeiro, é preciso lembrar que nem toda avó é uma senhorinha. Neide Alves, de 43 anos, é prova disso e tem orgulho de dizer que é uma jovem avó. “Eu não gosto de ficar em casa fazendo crochê ou nada do tipo, me sinto muito jovem para isso. Curto muito meu neto, mas não gosto de me imaginar como uma avó de antigamente”, explica.
Domingo não é dia de missa para ela. A avó do Pablo, de dois anos, prefere a combinação praia e cerveja, seja acompanhada dos amigos ou da família. “Trabalho o dia todo e à noite vou para a academia. No sábado, ao meio dia, já estou desocupada do serviço, de cabelo arrumado e unhas feitas, pronta para sair!”, conta Neide, que usa o final de semana para curtir e aliviar o stress da rotina diária.

Outra avó que foge dos padrões é a Maria das Neves. Na casa dela, as cobranças e preocupações ficam por conta da filha e da neta. “Minha filha liga duas vezes por dia e minha neta, quando sai para o trabalho, fica sempre perguntando onde eu estou, com quem eu estou, como vou voltar pra casa”, fala. Isso acontece porque a vovó, de 76 anos, passa boa parte da semana envolvida com atividades fora de casa.

“Faço parte do coral lá no SESC e me apresento em escolas e em abrigos para idosos. Depois disso, tenho atividade no Cesmac, toco panderola num conjunto com minhas colegas. Às vezes, acontece de ter alguma festa depois do ensaio com o coral, aí vou com o pessoal e só chego à noite em casa. Minha filha diz que eu não posso ficar andando assim com essa idade, repara! Posso sim menina, enquanto eu puder, eu ando”, afirma.

Das Neves, como gosta de ser chamada, casou-se duas vezes. Hoje é viúva e mora com Camila Guimarães, de 25 anos, sua única neta. “A Camila é uma neta fora de série, mas acho que não puxou nem um quarto de mim. Na idade dela eu era muito danada, fui muito namoradeira, ela não é assim”, diz ela.

Agora, na melhor idade, a avó não quer saber nem de namorado, nem de novos netos ou bisnetos, só quer mesmo viajar e aproveitar a vida de solteira. “Conheço muitas avós que sofrem. Sustentam os filhos já adultos e além disso, ainda tem que cuidar de todos os netos. Isso eu não aceito”, conta.

Chefes de família

Essas avós citadas por Maria das Neves fazem parte dos 62,4% dos idosos responsáveis pelos domicílios brasileiros, segundo Censo2000 do IBGE. Em Maceió, o número representa 12,6%, de acordo com o levantamento do instituto.

Outro dado do Censo que chama atenção é a elevada proporção de domicílios unipessoais (aqueles com um só morador) ocupados por mulheres idosas.

Uma justificativa para esse fenômeno pode ser encontrada no fato de que a viuvez feminina mais elevada determina um crescimento de famílias monoparentais sob responsabilidade feminina ou ainda de unidades domiciliares unipessoais.

Além disso, como os viúvos ou separados costumam casar novamente com maior frequência que as mulheres nas mesmas condições, daí cresce significativamente a diferenciação dos arranjos familiares ou domiciliares em função do gênero e da idade do responsável.

Ainda segundo o IBGE, nos próximos 20 anos, a população idosa do Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da população ao final deste período.
OS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS CONTRA O RACISMO
Construir identidade racial segura numa sociedade preconceituosa é ainda mais difícil na infância

O Brasil é um país marcado pelo racismo e, infelizmente, não é raro presenciar ou ficar sabendo de situações desse tipo. Figuras públicas já foram alvos de ofensas, como o caso da jornalista Maria Júlia Coutinho, da Rede Globo, que sofreu com xingamentos nas redes sociais por conta da cor da sua pele, entre tantos outros. Construir uma identidade racial segura numa sociedade preconceituosa é complicado e para as crianças pode ser uma tarefa ainda mais difícil.

Elas estão numa fase de constante mudança e qualquer influência negativa pode afetar sua vida, tanto na infância, como no futuro. Pais e mães se veem com a responsabilidade de trabalhar o reconhecimento da própria identidade dos filhos.

A pedagoga Lucimar Santos é mãe do João Isac, de 7 anos, que tem o cabelo crespo, assim como o dela. “Quando eu estava grávida, decidi junto com o pai do Isac que não cortaríamos o cabelo dele até os 7 anos, como forma de construir sua identidade. O cabelo dele cresceu crespo como o meu e por conta disso, sofremos preconceito”, afirma.

A mãe conta que muitas pessoas chegavam a tocar e cheirar o cabelo do filho. Chegavam até a confundi-lo com uma menina. “Já pediram que eu cortasse o cabelo dele. Minha reação sempre foi de mostrar para meu filho que as pessoas são livres para fazer suas escolhas. Em alguns momentos, foi preciso ir até à escola para conversar e debater sobre essa questão com a direção, pais e professores”, explica.

A pedagoga não passou pelo mesmo trabalho de conscientização durante a infância. “Tudo que aprendi sobre preconceito e como lidar com ele foi no movimento estudantil e de mulheres. Com meu filho faço diferente, inserindo ele em movimentos culturais e apresentando a diversidade religiosa e de gênero, por exemplo. Quero que ele cresça sabendo que o mais importante é o respeito ao próximo, independente de suas escolhas”, finaliza.

A educadora Polyana Pereira trabalha em duas escolas particulares, com alunos de 3 a 12 anos. Ela conta que desde pequenas as crianças já reproduzem discursos de preconceito trazidos de casa, porque a fala dos pais torna-se verdade absoluta para eles. “Construir uma ponte entre família e educador se torna difícil, principalmente porque as escolas não discutem esses temas. Falar de racismo é um tabu. A menina ainda está com o cabelo por crescer e a mãe já começa a querer enquadrá-la nos padrões da sociedade, isso é visível”, relata.

Os discursos são reproduzidos em forma de brincadeiras e piadas direcionadas aos alunos que têm o cabelo crespo, vistas como inofensivas. “Já presenciei esse tipo de atitude e quando ela acontece na aula explico que somos diferentes um do outro e que o cabelo da amiga é tão lindo quanto o de qualquer um”, conta.

Papel da família

A psicóloga social e pesquisadora em relações raciais Lwdmila Constant alerta que há muitas pessoas que confundem o racismo com o “bullying” e relativizam a situação, considerando-a aceitável na infância, ou menos prejudicial do que se é de fato.

“O bullying é uma realidade que todas as crianças correram ou correm o risco de sofrer. É uma violência que precisa ser combatida sim. O racismo, por sua vez, é uma particularidade sócio-histórica e territorial muito mais perversa, pois é uma violência não só contra a criança que o sofre diretamente, mas com a história de seus ancestrais, com seus pais e as demais pessoas que compartilham a herança africana. Por isso, acredito que afeta de uma forma mais íntima a autoestima da criança”, explica.

Para a pesquisadora, no caso de crianças negras no contexto brasileiro, que traz uma história marcadamente racista e fingidamente tolerante, cabe aos pais estabelecer a base identitária dessa criança. Lwdmila esclarece que identidade é uma espécie de cartão de visitas que usamos para nos descrever.

“Nesse caso, os pais precisam verbalizar que a criança é negra, pois as principais queixas de adultos negros são relativas ao silêncio estabelecido na família, onde não se falava da negritude, consequentemente não se discutia racismo”, conta.
Uma boa forma de familiarizar a criança com o “ser negra”, segundo Lwdmila, é contando história de líderes negros, como no caso dos quilombolas alagoanos: Zumbi, Dandara, Aqualtune, Acotirene, entre outros.

Também ajuda mostrar na televisão, na música e em outros espaços pessoas negras tendo destaque, a beleza, o talento. Isso faz com que a criança, ao entrar na idade escolar, já tenha certa consciência de quem é. “Infelizmente, essa postura não a imuniza de racismo sofrido na escola, por exemplo, mas a fortalece para reagir ou ao menos, relatar isso em casa, caso ocorra. O que não ocorreria se a família optasse por nunca falar sobre”, finaliza.

Educação que deu certo

MC Soffia, de 11 anos, canta sobre sua realidade enquanto menina negra. Foi a mãe que apresentou o hip hop a ela e traçou uma educação que visava fortalecer a questão da identidade. Soffia bate de frente com o racismo nas letras das canções, como no trecho da música Menina Pretinha: “Sou criança, sou negra. Também sou resistência. Racismo aqui não, se não gostou paciência”, diz verso.

A MC mirim se apresentou na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos ao lado da rapper Karol Conka, considerada uma das principais representantes do Rap feminino dos últimos tempos no país.

INSTAGRAM SE TRANSFORMA EM FERRAMENTA DE ESTUDO E MOTIVAÇÃO
Estudantes têm aproveitado a plataforma para seguirem focados fora dos cursinhos

Você é daqueles que segue Instagram de comida e fica com água na boca só de ver as fotos? Ou fica com os olhos brilhando quando entra num perfil de viagens e se imagina dando a volta ao mundo? É pensando nesse estímulo que estudantes têm buscado cada vez mais os perfis de Instagram de estudo.

“Mesmo que seja distração, uma hora ou outra no dia acabo olhando as redes sociais. É bom ver que pessoas também estão estudando e, às vezes, serve como alerta pra mim, do tipo: saia do insta e vá estudar!”, afirma a estudante Beatriz Moura, de 19 anos.

Quando ela começou a se dedicar para o vestibular, em 2014, poucos IG tinham foco para o principal interesse dela. “Quando comecei tinham muitos para concurseiros e motivacionais. Com o tempo, encontrei um que gostei mais e comecei a seguir”, conta.
O perfil que Beatriz acompanha é o ‘Vício De Uma Estudante’, que tem mais de 58 mil seguidores e é administrado por uma estudante de Direito, de Fortaleza, no Ceará. “É um IG que me ensinou a fazer ficha, mapa de estudo e outras coisas. Apesar dela não ser estudante de Medicina, curso que eu quero, me ajudou muito”, explica.

Além de ver diferentes rotinas, no Instagram de estudo é possível receber indicações de livros e materiais direcionados, e ainda um estímulo para seguir focado fora do cursinho.
“Em casa é tudo muito cômodo: dormir, ver TV, comer, etc. Sozinho você não sente tanta pressão como ver outras pessoas estudando e o Instagram de estudo serve pra isso, te motivar a seguir focado também em casa, vendo que tem pessoas passando pela mesma situação que você”, afirma Beatriz.

Produção do conteúdo

Estudantes de Medicina, concurseiros e profissionais da área do Direito são exemplos de pessoas que administram esses perfis, campeões quando o assunto é interação. A estudante maceioense Déborah Passos está no 3º ano do ensino médio e usou primeiro o Twitter para divulgar sua rotina de estudos.

“Sempre fiz resumos e comecei a postar lá, depois surgiu a ideia do IG. Gosto de poder ajudar as pessoas e isso também me motiva. As postagens começaram em janeiro desse ano e desde então publico minha rotina diária lá: quais apostilas uso, meus mapas mentais, resumos e itens de papelaria”, descreve Déborah.

Em apenas 8 meses, são mais de 23 mil seguindo o VestMedi no Instagram, perfil que já rendeu bons frutos à estudante de apenas 18 anos.

“Já ganhei diversos kits com produtos de papelaria e bolsas em cursinho online, como o Descomplica e Biologia Total. Também ganhei uma bolsa de estudos no cursinho Pré Contato e em uma isolada de Redação, tudo por causa do Instagram”, conta.

Engajamento natural

Segundo estudo realizado em 2014 pela consultoria Forreste Research, o Instagram é a melhor rede social para marcas atingirem o público. A empresa analisou 2.500 posts em sete redes sociais diferentes e o engajamento no Instagram chegou a ser 58 vezes maior que no Facebook. Já em relação ao Twitter, a rede social analisada recebeu 120 vezes mais interação.

A professora de Biologia Maria Nascimento vê a plataforma como mais uma ferramenta de estudo e pesquisa. “É interessante para o jovem por ser rápido e resumido, características que atraem o estudante conectado de hoje em dia”, afirma.

Por outro lado, o montante de informações contido nas redes pode fazer com que o aluno perca o foco inicial.

“O volume de informação que chega é tão grande que demanda tempo para fazer uma pesquisa e filtrar o que deseja. Se não tiver foco, o estudante pode perder muito tempo e acabar se distraindo com outras coisas, então é importante ser objetivo”, alerta a professora.
USO DE APLICATIVOS PARA EXERCÍCIOS EXIGE CUIDADOS

Com a correria do cotidiano, pode ser difícil manter uma rotina de exercícios físicos numa academia. A alternativa encontrada por alguns praticantes é desenvolver as atividades em casa, contando com a ajuda de aplicativos de celular que auxiliam na execução dos exercícios. Porém, é preciso estar alerta para os cuidados que devem ser tomados na hora de usar esse tipo de serviço.

O estudante Philipi Accete, de 21 anos, baixou um aplicativo de exercícios físicos por questão de economia. “Infelizmente, as academias que ficam próximas à minha casa são muito caras, busquei o serviço para poupar dinheiro”, afirma. Ele usou o Nike+ Training Club, criado em 2009 pela Nike e lançado em nova versão esse ano, com a promessa de ser “o seu personal trainer de bolso”.

As vantagens do app, segundo o universitário, são as inúmeras possibilidades que ele oferece. “Assim que você baixa, deve fazer um cadastro no sistema e a partir disso escolher o que quer: emagrecer, ganhar massa muscular, melhorar o condicionamento físico. Ele te dá a opção de selecionar o que você tiver à disposição de equipamentos, como pesos, esteiras, etc. Como eu não tinha nenhum desses materiais, todos os meus exercícios exploravam o próprio peso do corpo”, explica.

O aplicativo é bem organizado e didático. Antes de começar o programa de treino, o Nike+ Training Club faz uma espécie de triagem para saber o quão bem o praticante está e qual a dosagem certa da carga de exercícios. Durante a prática, uma orientadora virtual explica como o movimento deve ser feito, qual parte do corpo você deve “sentir” (coxa, braço, quadril), o que não deve “sentir” (joelho, por exemplo) e fala frases de motivação como “falta pouco” e “você está quase lá”.

Também existe o tempo de descanso entre um exercício e outro, como na academia, com momentos para aquecimento e desaceleração. “É um app bem completo e melhor ainda, gratuito. Além de tudo isso, eu ainda recebia avisos sobre os treinos, por meio de notificações no celular”, defende Philipi, satisfeito com sua escolha.

Outro adepto dos aplicativos da Nike é o estudante Eduardo Lyra, que procurou um app como forma de preparação para a academia. O serviço que o jovem de 17 anos usa calcula quantos quilômetros a pessoa correu e em qual velocidade média.

“Comecei a usar o Nike+ Run Club em 2013, quando eu estava no início da obesidade e pensei que seria um passo certo a tomar, antes de procurar uma academia. Depois de dois meses, já me senti com o condicionamento físico suficiente”, conta Eduardo, que hoje frequenta a academia e continua utilizando o aplicativo.

Riscos

A educadora física Klê Abreu reconhece as vantagens dos aplicativos pela facilidade do acesso e diminuição dos custos para quem quer se tornar mais ativo, entretanto, alerta para os riscos da falta de acompanhamento profissional. “É preciso estar atento às necessidades de cada um, pois o treino deve ser algo específico e individual. Os riscos de lesão são altos para atividades não apropriadas para o praticante”, afirma.

“Muitos dos serviços oferecidos nessas plataformas vêm de blogueiras que, por treinarem muito tempo, se acham capazes de repassar treinos para outras pessoas, mesmo sem possuir a capacidade teórica para isso. A rotina delas não pode e não deve ser seguida por alguém com falta de condicionamento físico, isso é um perigo”, alerta a educadora.
Klê Abreu diz ainda que é comum ver na execução dos exercícios uma compensação de peso na coluna vertebral que pode acarretar desvios de postura, dores e hérnias. Mesmo que não aconteça no momento da prática, pode acontecer a longo prazo.

Cuidados

De acordo com a educadora física, o ideal para quem quer fazer exercícios por conta própria é consultar um profissional da área, para ter certeza de que não vai correr nenhum risco.

Para as pessoas com doenças crônicas como hipertensão, diabetes, cardiopatias e doenças respiratórias, é necessário um cuidado redobrado na hora de praticar exercícios físicos. “Algumas atividades podem acarretar em crise e pioras da doença, levando até a uma internação”, explica.

“Não é necessário contratar alguém para estar do seu lado durante a prática, mas é importante consultar um especialista em educação física para avaliar o tipo de exercício e tirar dúvidas. Qualquer pessoa pode praticar atividade física, o importante é identificar qual a ideal e executar da melhor maneira para que só cause bem-estar e proporcione saúde, e não o contrário”, finaliza Klê.
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