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Menção Honrosa | 11° CONCURSO CBCA 2018

O Centro de Pesquisas de Botânica e Zoologia da Paraíba CPBZ-PB, foi inserido no Jardim Botânico Benjamim Maranhão, inaugurado em 1953, localizado no coração da cidade de João Pessoa/Paraíba – uma das maiores capitais litorâneas do nordeste brasileiro. O jardim, uma extensão verde exuberante que domina a paisagem da capital, possui aproximadamente 519,17 hectares e situa-se na matriz urbana do município. Atualmente é uma das áreas mais expressivas da Mata Atlântica no estado, pois contém espécies típicas da fauna e da flora, confirmando sua importância no ecossistema do país. Assim, sua proteção tem sido alvo de várias discussões não só pela importância socioeconômica, já que a mesma é ponto gerador de pesquisas internacionais e do turismo local, mas da integração do meio natural com o urbano, o que influencia diretamente na qualidade ambiental da cidade. 
O propósito do projeto foi situá-lo em um local importante do meio natural de João Pessoa, além de fornecer à cidade e à comunidade científica uma porta de entrada direta ao conhecimento do local, um espaço de conexão e descobrimento da natureza. Por esse motivo, a ideia de contemplação e conservação da mata se tornou o foco conceitual do projeto, de tal maneira que a paisagem natural foi mantida, tentando não concorrer com a mesma. 
Para isso, o projeto foi fragmentado em três partes: o pavilhão de flora nativa, o bloco central e o pavilhão de flora exótica, todos integrados com as edificações históricas existentes. Essas datadas do início e final do século XX. A utilização da própria vegetação foi o ponto de partida para situar o pavilhão de flora local, pois a preservação da Mata Atlântica é de extrema importância para a perpetuação do ambiente. Sua proposta arquitetônica se via relevo do terreno, uma vez que as passarelas criadas seguem a topografia existente. O bloco contém três níveis em que os caminhos se projetam através de referências da implantação das árvores para que as passarelas possam comunicar com elas sem haver remoções. Essas passarelas são sustentadas por pilares metálicos que remetem os caules das árvores e suas ramificações. 
O bloco central abrange todas as áreas técnicas acomodadas em três lâminas mais um núcleo independente que abriga a maior parte dessas áreas: científica, pedagógica, administrativa e serviços. Este criado a partir da alusão da folha do pau-brasil, vegetação típica da Mata Atlântica, teve sua forma estruturada por meio de módulos triangulares e perfis metálicos, o que formou uma malha estrutural ímpar e necessária à concepção do projeto. As fachadas compostas por brises em aço corten protegem o interior do edifício contra a insolação, ao mesmo tempo que oferece ao usuário uma dinâmica visual entre interior e exterior. O pavilhão de flora exótica se conecta ao conjunto histórico da antiga estação de abastecimento de água da cidade de João Pessoa, datada do início do século XX. 
A proposta do pavilhão possui o vidro como material principal, onde a intenção foi aproveitar ao máximo a luz solar e a integração visual da área interna com a área externa. Ademais, teve-se a topografia existente como base para a criação dos diversos percursos. Nele, foram selecionadas algumas espécies terrestres, aquáticas e aéreas ameaçadas de extinção a nível mundial. 
A intenção do CPBZ foi a união construtiva entre o antigo e o novo, não sobrepondo a vegetação local, mas enaltecendo-a, bem como atribuir mais funções ao Jardim Botânico JBBM, pois este não detém das dependências citadas pelo programa de necessidades, além de favorecer uma identidade e renovar o espaço de preservação e pesquisa, mas também oferecer aos usuários uma aproximação maior da fauna e flora de um dos principais ecossistemas do mundo, tal como auxiliar no aprimoramento dos estudos acadêmicas dos alunos das universidades próximas ao jardim.
Menção Honrosa | 11° CONCURSO CBCA 2018
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